A febre pelos contratos indexados pelo IGP-M pode ter como conseqüência prejuízo nos fundos de investimento, principalmente se for confirmada a previsão de recuo do índice. A afirmação foi feita hoje (6)  à Agência Estado pelo consultor e professor do Ibmec de São Paulo, Paulo Beltrão Fraletti.

Para ele, a rentabilidade dos títulos está elevada no momento porque a inflação medida pelo IGP-M, mais vulnerável ao movimento do dólar, está alta. Mas ela tende a cair à medida que o câmbio recuar. ?O que está ocorrendo é uma corrida aos fundos  aos títulos indexados ao IGP-M, um pouco por conta do momento, como ocorreu em 99. Na época, a taxa de inflação estava alta, mas a pressão se manifestou com certo atraso com relação ao fenômenos econômicos que geraram este avanço. Isso ocorreu, no entanto, quando os especialistas já diziam que essa onda estava passando e realmente passou. Nessa época, os IGPs demonstraram ser um mau investimento. Isso pode ocorrer agora em um prazo não muito longo. Pode gerar até um arrependimento?, explicou.

De acordo com ele, no entanto, os contratos futuros de IGP-M, negociadas na BM&F e Bovespa, podem ser interessantes neste momento de incertezas e enquanto o índice segue pressionado. ?Os contratos indexados ao IGP-M podem servir como hedge aos movimentos bruscos da inflação e também como ferramenta de especulação apenas no curto prazo. Até podem ser um bom negócios neste momento?, avaliou.

Para o consultor, em breve, com as quedas do dólar e da inflação, o interesse pelos contratos deve desaparecer. ?A BM&F reativou este tipo de contrato, que já existia no início do Plano Real, devido à demanda do mercado. A constância da inflação nas manchetes dos jornais faz com que haja este interesse dos investidores por fundos e também contratos de derivativos?, disse. ?Essa procura passará quando houver maior estabilidade da economia. Isso deve ocorrer no início do próximo ano com as definições do novo governo e também com a provável queda na taxa de câmbio.?, finalizou.

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