A Food and Drug Administration (FDA) liberou hoje, num prazo recorde para drogas do gênero, um novo quimioterápico para pacientes com câncer de cólon em estágio avançado. À primeira vista os efeitos do Eloxatin podem parecer limitados: administrado com outros quimioterápicos, ele faz os tumores encolher em 9% dos pacientes, que ganham um intervalo de 2 meses até que o câncer volte a crescer. O remédio, porém, deve ser reavaliado, pois uma outra pesquisa indica que ele pode ser bem mais eficaz, se usado em estágios anteriores da doença.
“É importante que os pacientes tenham acesso a essa droga, porque esses doentes, nesse estágio, não têm outras opções de tratamento”, afirmou Richard Pazdur, chefe do departamente de drogas para câncer do FDA.
O medicamento, produzido pelo laboratório francês Sanofi-Synthelabo, foi avaliado dentro do programa especial do FDA que permite a liberação de drogas promissoras para o tratamento da doença antes mesmo de se provar que elas evitam ou adiam a morte do doente.
O Eloxatin é a primeira boa notícia para os pacientes com câncer de cólon avançado desde a implosão da ImClone, empresa de biotecnologia que anunciou ter desenvolvido uma droga milagrosa para a doença, a Erbitux. O remédio, porém, foi barrado pela FDA já que os estudos da empresa não conseguiram provar que ele faça qualquer efeito. Um dos executivos da empresa está sendo acusado de usar informações privilegiadas para manipular o mercado de ações.
A própria FDA ajudou a Sanofi-Synthelabo a planejar um estudo mais detalhado sobre o medicamento, que envolveu 463 pacientes divididos em três grupos: um não tomou a droga, outro tomou apenas o Exolatin e o terceiro recebeu quimioterápicos convencionais mais Exolatin, algo que não estava previsto no projeto original. (AP)