Fazendeiro é indiciado por morte de fiscais em Unaí

Unaí, 06 (AE) – O produtor Norberto Mânica foi indiciado hoje por homicídio qualificado e formação de quadrilha no inquérito que investiga o assassinato de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho, no dia 28 de janeiro, em uma emboscada, na cidade de Unaí, Minas Gerais. Mânica foi interrogado por cerca de 3 horas e meia pelos delegados Antonio Celso Santos, da Polícia Federal, e Wagner Pinto Souza, da Polícia Civil mineira. “A partir do momento em que ele foi indiciado, será encaminhado à Justiça como autor intelectual do crime”, afirmou Souza.

Foram mortos os auditores fiscais Erastóteles de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira. Segundo Antonio Celso, a partir do depoimento do fazendeiro, duas outras pessoas deverão ser intimadas para serem interrogadas. Uma delas pertence à família Mânica, mas sua identidade não foi revelada. “Nós estamos verificando a possibilidade de ter mais alguém envolvido”, disse o delegado federal, que preside o inquérito. Ele já considera o crime “esclarecido”, mas afirmou que vai solicitar à Justiça a prorrogação do prazo de conclusão por 15 dias. “O crime já está esclarecido, nós temos sete pessoas presas.”

O inquérito será encaminhado ao Ministério Público de Minas. Wagner Pinto disse que a prisão temporária de Mânica não foi solicitada porque neste momento ela não é “imprescindível”. “Ele não está colocando obstáculo a nenhum ato do procedimento investigativo”.

Inocente – O fazendeiro chegou à delegacia às 14 horas, acompanhado de um de seus advogados, José Lindomar Coelho. Ele aparentava tranqüilidade. De acordo com os delegados, durante o interrogatório Mânica negou que tenha sido o mandante da chacina e não se furtou a responder nenhuma pergunta. Na saída, Mânica não quis falar com os jornalistas. “Ele é inocente e isso vai ficar comprovado”, disse o advogado.

Entre os 7 presos estão o empresário Hugo Alves Pimenta e seu empregado, José Alberto de Castro, ambos de Unaí, que teriam contratado um agenciador e três pistoleiros para a execução. A polícia investigava as relações entre Pimenta e Mânica. O fazendeiro negou que o comerciante tivesse dívidas com ele. Mânica também negou que tivesse se desentendido com Nelson e o ameaçara de morte durante fiscalização em sua fazenda.

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