O fazendeiro Adriano Chafik Luedy, de 37 anos, proprietário da fazenda Nova Alegria, na zona rural de Felisburgo, município do Vale do Jequitinhonha, está recolhido, desde o início da tarde de hoje, no presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. É a mesma unidade para onde foram levados três dos cinco presos em flagrante, acusados de serem os executores da chacina de cinco integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no último dia 20.

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A chacina ocorreu em uma área da fazenda que está sob litígio, onde houve uma invasão de sem-terra. O fazendeiro Adriano Chafik, que admitiu seu envolvimento no caso, está com um ferimento no peito, provocado, provavelmente, por foice. Ele deverá cumprir prisão preventiva de 30 dias, que poderá ser renovada. Os outros dois acusados permanecem em Jequitinhonha, que fica próximo à divisa de Minas com o sul da Bahia.

Antes de ser transferido para Ribeirão das Neves, Adriano Chafik foi apresentado à imprensa, no Departamento de Operações Especiais (Deoesp), em São Paulo, onde estava preso desde ontem à noite. Ele voltou a negar que tivesse premeditado a agressão e argumentou legítima defesa. "Estava me defendendo porque fui agredido primeiro", afirmou Chafik, que fez poucas declarações aos jornalistas.

A Polícia Civil de Minas Gerais trabalha com a hipótese de crime premeditado e aguarda o resultado dos exames de balística para constatar se as armas apreendidas no acampamento – um total de 12 entre cartucheiras, revólveres e pistolas – foram as mesmas utilizadas nos crimes que deixaram cinco mortos e 13 feridos.

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O delegado Wagner Pinto, chefe do inquérito que apura o caso, está tomando novos depoimentos e também fará acareações entre os acusados. As informações foram dadas pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Defesa Social de Minas Gerais, responsável pela coordenação da área de segurança pública mineira.