Mesmo diante da constatação do ritmo estável de crescimento da população favelada no Brasil, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório afirmando que em 2020 – daqui a 14 anos – 55 milhões de pessoas (25% da população) estarão vivendo nesses agrupamentos populacionais sem urbanização, serviços básicos, escolas, empregos e outros benefícios sociais.

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Os números estimados pelo programa Habitat da organização internacional têm base nos levantamentos demográficos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituição com altíssimo índice de prestígio e respeitabilidade advindos da eficácia de seus estudos e projeções.

Em 2005, 52,3 milhões de pessoas (28% da população) viviam em milhares de favelas espalhadas pelo País, em conseqüência do êxodo rural contínuo que fez inchar a população periférica dos centros urbanos já caracterizados como metrópoles e, numa emulação indesejável, também de um número exponencial de cidades de médio e grande porte.

A boa notícia é que do ponto de vista percentual a população favelada deve diminuir até 2020, ao passo que a ruim, à qual os próximos governantes deverão estar estritamente sintonizados, é que mesmo crescendo em ritmo estável a população das favelas ainda estará em expansão.

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O governo Lula pôs em prática alguns programas sociais com excelente margem de resultados benéficos para a população mais pobre do País. Todavia, ainda há muito a ser feito numa área em que as ações indutoras de melhorias, em grande medida, perdem-se no emaranhado da burocracia ou servem apenas para rechear a verve demagógica dos políticos.