“A perda do poder aquisitivo e os juros ainda altos são os fatores-chave para esse quadro, pois as pequenas empresas dependem fundamentalmente do mercado interno, bastante deprimido”, explicou Pedro João Gonçalves, um dos responsáveis pela pesquisa mensal do Sebrae. São Paulo tem cerca de 1 milhão de empresas de micro e pequeno porte, responsáveis por 4,5 milhões de postos de trabalho. Do universo pesquisado, o setor de comércio representa 50% das MPEs; serviços, 35% e indústria, 15%.
Apesar do quadro semestral pouco alentador, o destaque positivo da pesquisa foi a criação de 12 mil vagas em junho, ou um aumento de 0,3%, na comparação com maio. O faturamento de junho ficou estável em relação ao mês anterior, o que também pode ser considerado um fator positivo, já que em maio as vendas tradicionalmente explodem por conta do Dia das Mães.
Na comparação junho de 2004/junho de 2003, o faturamento real caiu 4,1%; o nível de emprego recuou 0,8%, mas os gastos totais com salários subiram 2,8%.
A estimativa do Sebrae é que, no total médio do semestre as perdas no faturamento das MPEs paulistas tenham sido da ordem de R$ 2 bilhões. No primeiro semestre de 2003, a receita foi de R$ 18,2 bilhões, caindo para US$ 16,5 bilhões no mesmo período de 2 004. “A empresa de pequeno e micro portes só reagem depois que as grandes companhias investem, geram emprego e renda”, observou Gonçalves.
Para o ano, o Sebrae acredita em retomada paulatina da economia, com um ritmo menor no segmento das empresas de menor porte. Em termos de faturamento, a estimativa é de estabilidade em relação ao fechamento de 2003.
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