A queda na produção industrial em junho na comparação com maio foi determinada por fatores pontuais "de natureza não-recorrente", avalia a ata do Copom. "De fato, para julho, os indicadores antecedentes e coincidentes da produção industrial sinalizam crescimento em relação a junho", diz o documento, acrescentando que a queda naquele mês não representa interrupção do processo de crescimento gradual do nível de atividade da economia.
Segundo a nota, não só a produção industrial foi afetada, mas também outros indicadores relacionados à atividade econômica. Esses fatores pontuais, segundo o Copom, foram a Copa do Mundo, as paralisações programadas em plataformas da Petrobras e a greve da Receita Federal, que restringiram as importações de insumos para a produção. "Tais fatores influenciaram negativamente indicadores de produção e, em menor medida, de demanda para o mês".
A ata voltou a fazer referência sobre fatores que estão estimulando o crescimento do nível de atividade nos próximos meses. Entre eles estão a expansão do nível de emprego e da renda, o crescimento do crédito, o novo valor do salário mínimo e o aumento nos gastos públicos, que vêm desde o último trimestre do ano passado e são esperados para o restante do ano, além obviamente dos cortes na taxa de juros que estão sendo realizados nos últimos meses.
Varejo
A ata da última reunião do Copom ressalta que os dados do comércio varejista estão apresentando desempenho superior aos da produção industrial, refletindo as condições de demanda favoráveis. "Para o resto do ano espera-se a continuidade e o fortalecimento do comércio varejista, que deverá ser impulsionado pela expansão dos níveis do emprego e da renda, pelo crescimento do crédito e pelo processo de flexibilização da política monetária, aliados à própria recuperação da confiança do consumidor e aos impactos do aumento do salário mínimo", afirma a ata.
Ainda na análise sobre o nível de atividade, o Copom explica que a queda no nível de utilização da capacidade instalada reflete "ao menos parcialmente, incrementos na capacidade produtiva". "Dessa forma, a despeito da continuidade da expansão da demanda agregada, ainda não se antecipam descompassos relevantes, no que se refere à evolução da oferta agregada, ao longo dos próximos trimestres", ressalta a ata, lembrando que a trajetória da inflação está estritamente relacionada com a oferta de bens e serviços e sua ampliação adequada ao atendimento da demanda.