Fato verídico

Dias atrás, por ocasião da sentença de morte imposta ao ditador Sadam Hussein, constatamos, que no momento da leitura da decisão, o réu, já morto por enforcamento (um retrocesso), irresignado contestava acintosamente as palavras do magistrado, em evidente desrespeito ao ato solene que se realizava.

Esta atitude me fez lembrar de uma narrativa do meu compadre Jonas Carvalho, de Ribeirão do Pinhal-PR., onde judiquei nos anos de 1983 à 1989, cujo teor é o seguinte:

Relatou o compadre Jonas, que anos atrás teria ido até Santo Antonio da Platina-PR., cidade vizinha, para assistir o júri de um cidadão abastado, já maduro, muito conhecido, o qual havia praticado um homicídio qualificado, naquela comarca.

Na ocasião, presidia o júri, a primeira juíza de Direito do Paraná, doutora Lílian Lopes, irmã do saudoso desembargador Lauro Lima Lopes.

O julgamento transcorreu normalmente, contudo no momento da leitura da decisão, o réu interrompeu a juíza e pediu a palavra. A juíza de forma austera explicou ao réu que ele não podia interromper a leitura, mas educadamente, perguntou-lhe qual era a sua pretensão. O réu aproveitou e indagou antecipadamente, a quantos anos seria condenado. A doutora Lílian respondeu-lhe 19 anos de reclusão, momento em que o réu, manejando a mão direita, obtemperou ?tá na base, tá na base?…

José Carlos Dalacqua é juiz de Direito.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo