Fato incomum

O Tesouro Nacional pagou US$ 6,634 bilhões na recompra dos chamados bradies, ou títulos da dívida externa emitidos na renegociação do calote brasileiro nos anos 80s. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que identificou no gesto um feito histórico sem precedentes.

A primeira vantagem é a economia de US$ 344 milhões em juros, dinheiro resultante do superávit fiscal, cuja meta para esse ano é de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A segunda, também expressiva, propiciou o seguinte comentário de Mantega: ?Essa recompra tira uma mancha do currículo do Brasil?.

A operação foi respaldada por US$ 5,6 bilhões das reservas internacionais e US$ 840 milhões captados pelo Banco Central no primeiro trimestre. Do total gasto pelo Tesouro, US$ 1,4 bilhão voltará para as reservas internacionais porque a antecipação da compra dá a garantia da liberação de títulos da dívida norte-americana, o lastro da emissão dos bradies.

Os títulos da dívida pública brasileira com vencimento até 2010 continuarão a ser recomprados pelo Tesouro, estimando-se a aplicação de US$ 20 bilhões até o final deste ano nessas operações. Até agora, o governo já conseguiu resgatar a metade do planejado e o passo seguinte será equacionar a questão dos títulos da dívida externa, emitidos antes de 1980.

No momento, a recompra dos títulos não está contemplada face o elevado custo de uma operação que envolveria pequeno valor da dívida. De qualquer forma, o governo anuncia que a dívida externa está menor em 14% desde dezembro, e esse é o fato incomum na economia brasileira.

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