Foram seis dias, 29 desfiles, 100 modelos e muita correria e badalação pelo Museu de Arte Moderna (MAM). A décima edição do Fashion Rio terminou hoje (14) com a apresentação de grifes já consagradas e de novos estilistas. A Permanente, de Andrea Saletto, abriu o sábado mostrando um inverno nada tropical, com peças em lã canelada, casacos longos e meias-calças grossas, usadas sob shorts.

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Azul, preto, cinza e cáqui foram as cores mais vistas. A Permanente usou rendas e tricôs em saias, mais curtas, e em golas de camisas, e mostrou calças tanto retas quanto do tipo pantalona. Os vestidos vieram estampados. Não foi muito original mas não está sozinha. Outras marcas que passaram pela passarela da semana de moda repetiram hits de estações passadas, como a faixa marcando a cintura da mulher, deslocada mais para cima, e o cinto fino, usado com vestidos e casacos.

A marca gaúcha Elisa Chanan e a paulista Acqua Studio fariam sua estréia hoje à tarde. O dia teria também a apresentação da marca masculina Complexo B, carioquíssima, e do Rio Moda Hype.

Em sua quarta edição, a mostra dos novos talentos que acontece sempre durante o Fashion Rio, teve doze marcas, três das quais fazendo sua estréia. Hoje desfilaram Laços de Fita, Cordel Regional (ambas novatas), Athria Gomes, Charllotte, Koolture e Flesh Beck Crew. As outras seis se apresentaram na sexta-feira.

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Destaques

Na semana que passou, os privilegiados convidados das três tendas montadas no MAM puderam seguir os passos de modelos que fazem sucesso em todo o mundo. Gisele Bündchen brilhou, pelo terceiro ano consecutivo, no desfile da Colcci. Isabeli Fontana, na Maria Bonita Extra, Raica Oliveira, na TNG, e Caroline Ribeiro, na Victor Dzenk. Giane Albertoni, Marcele Bittar e Jeisa Chiminazzo também pisaram nas passarelas.

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Carol Trentini e Cíntia Dicker foram duas das recordistas de desfiles. Considerada a modelo brasileira de maior projeção no exterior atualmente – há mais de um ano ela aparece em todas as edições da revista "Vogue América", a mais importante publicação de moda do planeta -, Carol esteve em 18 das 29 exibições. Dezoito aninhos, 1,80 metro e 55 quilos, é das mais altas entre as colegas.

No camarim, de vestido de estilo hippie, sandália rasteira e sem maquiagem, é uma adolescente. No palco do Fashion Rio, o que se vê é uma mulher maravilhosa, que impressiona pelo andar seguro. No ramo há quatro anos, Carol foi o destaque principal em muitos dos desfiles desta edição – a que abre e fecha a exibição, ao lado do estilista -, o que a deixa muito satisfeita. "É muito bom ver este reconhecimento", disse, entre um desfile e outro, sem demonstrar vaidade.

Cíntia, de 19 anos, fez 19 desfiles. Ela tem um centímetro a menos do que Carol e 59 quilos. Garota-propaganda da L’Oréal no exterior, a moça, que deixou a platéia boquiaberta com seus cabelos ruivos compridos e a expressão suave no rosto, cheio de sardas, está exausta. "A gente é carregada de um lado para o outro o dia inteiro. É duro, mas tem que agüentar", brincou, na quinta-feira. Ela não se intimidou e chegou a dormir por algumas vezes em pleno burburinho do backstage (camarim), nos intervalos. Amigas-irmãs, as duas garotas do interior do Rio Grande do Sul moram juntas em Nova York, onde estão há quase três anos, trabalhando sem parar.

Amadurecimento

Eloysa Simão, diretora-geral do Fashion Rio, acha que o projeto chegou a seu formato ideal: alia desfiles, negócios e desenvolvimento de tendências de moda. "Houve um amadurecimento, tanto da moda que se mostra aqui, quanto do evento, e um crescimento do interesse da imprensa estrangeira. Tivemos 55 jornalistas da Europa, Japão e Estados Unidos", comemorou. "Mostramos uma diversidade de linguagens de moda, que tem muito a ver com a cidade do Rio de Janeiro, onde se junta a favela e a Vieira Souto"