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Diz a sabedoria popular, a grosso modo: os avós edificam o patrimônio, os filhos o conservam e, em alguns casos o ampliam, deixando-o para a dissipação por parte dos netos. É o que parece ter ocorrido, nesses dias, no ex-poderoso império britânico, quando o príncipe Harry, um rapazola de apenas vinte anos, compareceu a uma festa à fantasia, trajado de oficial nazista, com suástica e tudo.

O efeito bombástico foi imediato, dada a costumeira desenvoltura da imprensa sensacionalista, que botou a foto do rapaz na primeira página. Não deu outra. A família imperial entrou em polvorosa e pediu desculpas em nome do imaturo príncipe, provavelmente, jejuno em relação aos fatos históricos recentes de seu próprio país, como o enfrentamento da avalanche nazifascista nos anos 40s.

Círculos superiores da cultura sentiram-se também chocados, assim como instituições judaicas de tradição. Uma excelente sugestão, assumida de pronto pela Coroa, foi incluir o jovem Harry numa delegação inglesa que deverá fazer uma visita a Auschwitz, o horrendo campo onde milhares de judeus, homossexuais, deficientes e ciganos foram mortos nas câmaras de gás. Nada melhor para expiar um pecadilho característico da juventude inconseqüente.

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Um dos temas do atual verão, tem a ver com os futuros diplomatas brasileiros, pois na rigorosa seleção para ingresso no Instituto Rio Branco, o exame de conhecimento da língua inglesa não mais será eliminatório. A justificativa procedente do Itamaraty é que mais vale um diplomata com perfeito domínio do idioma e conhecimento da história pátria, a alguém que saiba falar língua estrangeira. Os conservadores estrilaram.

Num paralelo hipotético à gafe do principezinho, poder-se-ia escolher a opção preferível: obrigar o jovem a falar com perfeição o idioma germânico ou estudar com afinco a história recente do país onde nasceu.

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