Farra do boi

É necessário ?pôr fim a essa farra do boi com os recursos do contribuinte?, comentou o presidente nacional da OAB, o paranaense Roberto Busato. ?Que autoridade moral têm as autoridades do Estado para pedir sacrifícios à população e impor taxas de juros escorchantes para o setor produtivo se, na sua conduta gerencial, fazem exatamente o contrário do que pregam??, indaga o líder dos advogados do País. Ele entende e prova que há um caráter perdulário nas despesas governamentais.

Busato exemplifica revelando que informações recentes mostram que os gastos com pessoal nos dois primeiros anos do governo Lula aumentaram nada menos de 30%. A folha de pagamento passou de R$ 75 bilhões em 2002 para R$ 98,1 bilhões em 2005. Pior foi na Presidência da República, onde a gastança para manutenção da máquina palaciana cresceu nada menos que 186,7%.

?No momento em que a sociedade civil enfrenta, mais uma vez, a voracidade fiscal do Estado, traduzida na Medida Provisória 232, que aumentou a carga tributária, a imprensa divulga números estarrecedores a respeito do aumento injustificado de despesas?, acrescentou Busato.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil diz que ?os números têm eloqüência própria e falam por si?. E acrescenta que o governo não detém o monopólio da extravagância. Os gastos administrativos da Câmara dos Deputados, nos últimos dois anos, cresceram quase R$ 1 bilhão, passando de R$ 1,47 bilhão para R$ 2,22 bilhões. Isso equivale a toda a verba disponível para a reforma agrária. Continua em sua crítica a OAB: ?Trata-se de situação vexatória e insuportável, que desgasta ainda mais a imagem das instituições políticas perante a sociedade, enfraquecendo sua autoridade. A sociedade não tolera mais aumento de impostos, sobretudo porque jamais acompanhado de melhoria na qualidade do serviço prestado. Muito pelo contrário. É preciso pôr fim a essa farra do boi com os recursos do contribuinte?, diz a nota.

Alberto Goldman, líder oposicionista na Câmara, está pedindo explicações ao TCU para esclarecer a gastança da máquina pública no governo Lula, afirmando que, dos R$ 2.882 milhões gastos em diárias da Casa Civil no ano passado, R$ 2.714 milhões referem-se a ordens bancárias emitidas sem discriminar o beneficiado, o destino e o período das viagens.

Das duas uma: ou a atual administração entulhou seus quadros de funcionários porque imaginou que, com quantidade, supriria a falta de qualidade, ou visou dar empregos aos ?companheiros?, montando-se um imenso cabide onde foram pendurados todos os que, argumentando que estiveram ao lado do presidente nas trincheiras de luta, agora merecem cargos no governo, pagos pelo povo, não importa se o Brasil deles precisa ou tem dinheiro para pagar.

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