Fardo pesado

Finalmente amanhã o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado votará os relatórios dos senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES), pedindo a cassação do mandato, por quebra de decoro, do presidente da instituição, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A votação será aberta.

Como nas semanas anteriores, altamente ruinosas para a esfrangalhada defesa do alagoano, mais uma vez as revistas Época e Veja puseram lenha na fogueira, ao relatar a participação de Renan no recebimento de propinas oriundas da arrecadação de dinheiro em ministérios influenciados pelo PMDB.

No sábado, o presidente do Senado recebeu a visita do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que foi à residência oficial da presidência do Senado, conduzido pelo advogado pessoal de Renan, Eduardo Ferrão.

As ilações imediatas deram conta que Jobim foi transmitir ao presidente do Senado, ao invés de cortesia e solidariedade, alguma orientação sobre processos penais adquirida no exercício da presidência do STF.

Muitos identificaram na visita o empenho pessoal do presidente Lula na preservação política de Renan, até agora um parceiro de primeira hora do governo na câmara alta.

A maior dificuldade de Renan, nesse momento, é se livrar do fardo que pesa sobre seus ombros, ampliado por novas e insistentes denúncias, às quais o senador não mais tem força para contestar.

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