Famílias de vítimas da chacina esperam julgamento rigoroso de PMs

A decretação da prisão preventiva e a denúncia do Ministério Público contra os onze policiais militares acusados de participação na chacina da Baixada Fluminense foram recebidas como uma vitória por parentes das vítimas. As famílias esperam agora que todos eles sejam condenados à pena máxima pelo massacre de 29 pessoas em Queimados e Nova Iguaçu, em 31 de março.

Ontem (19) os PMs foram denunciados por 29 homicídios duplamente qualificados, uma tentativa de homicídio e formação de quadrilha armada. Eles estão presos em unidades da PM.

Julgamento

"Fiquei muito feliz. Só espero que o julgamento seja justo. Eles (os PMs) são bichos e têm que sair da sociedade", afirmou a dona de casa Dulcinéa Sipriano, de 51 anos. Ela perdeu o filho Marcos Vinicius Sipriano de Andrade, que havia completado 15 anos três meses antes de morrer. O adolescente foi baleado ao sair de casa para ir buscar um trabalho de escola, esquecido com a irmã, que mora perto.

"O tempo passa e a dor não. É duro pensar que meu filho poderia estar aqui comigo agora e não está", lamentou Dulcinéa. Ela temia que o caso ficasse impune, por se tratar de policiais, mas está confiante."Vou sossegar de vez com a condenação. Deus vai colocar gente honesta no júri."

A doméstica Rosilene Vasconcelos, de 30 anos, exultou com a notícia da denúncia. "Estava no meio da rua e dei um grito de alegria. A gente nunca teve certeza de que isso aconteceria, mas nunca perdi a esperança", contou. Ela é irmã de Fábio Vasconcelos, de 27 anos, e prima de Luiz Jorge Barbosa Rodrigues de 28, duas das vítimas.

Rosilene acredita que a grande repercussão do caso vai contribuir para que os culpados sejam punidos. "Outros crimes da Baixada agora estão voltando à tona. Isso não pode mais ficar assim", disse.

É importante que a pena dos PMs não seja atenuada, disse. "Se a pena máxima no Brasil é de 30 anos, eles têm de ficar 30 anos. Se eles saírem livres, não vou saber o que fazer. O medo é muito grande."

Quatro testemunhas da chacina foram incluídas no serviço de proteção a testemunhas do governo do Estado e estão fora do Rio. Duas outras pessoas chegaram a se inscrever, mas se retiraram pouco depois porque não concordaram com as regras do programa.

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