Familiares de vítimas de violência no Rio de Janeiro vão chegar amanhã (26) em
Brasília com a expectativa de se encontrarem com Ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, e o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti
(PP-PE).
No encontro com o Ministro da Justiça será feito o pedido de
acompanhamento da Polícia Federal nas investigações e um maior investimento na
formação dos policiais que atuam na Baixada Fluminense.
Para o presidente
da Câmara serão feitos três pedidos: a aprovação da proposta do referendo
popular sobre a proibição do comércio de armas e munições para civis; a
aprovação de um fundo para indenizar as famílias vítimas de violência; e a
participação de três parentes das pessoas assassinadas na Baixada Fluminense na
comissão externa da Câmara do Deputados, formada para acompanhar as
investigações da chacina.
A outra questão que será reivindicada é a
criação de um programa de assistência psicológica às pessoas envolvidas em
situações de violência que não sejam necessariamente testemunhas. "O sistema
brasileiro é perverso, depende do testemunho das pessoas, mas não dá assistência
a elas", disse coordenador da área de mediação de conflitos da organização
não-governamental Viva Rio, Pedro Strozenberg. Segundo ele, o programa do
governo de proteção a testemunhas, o Provita, limita-se apenas à proteção
policial.
Além dos 30 familiares de pessoas assassinadas na chacina da
Baixada Fluminense, ocorrida no último dia 31, mais 10 familiares de vítimas de
violência nas favelas de Vigário Geral, Borel e Maracanã vão estar presentes. A
prefeitura de Queimados forneceu o ônibus e as refeições para as 40 pessoas e a
ONG Viva Rio custeou outros gastos.