A comissão de familiares dos passageiros que estavam a bordo do Boeing 737-800 da Gol que caiu sexta-feira (29) no norte de Mato Grosso se reúne hoje com representantes da Associação de Vítimas de Acidentes Aéreos. O empresário Mauro Calais Siqueira, um dos integrantes da comissão, afirmou que principal questão que será abordada é a possibilidade de se exigir que uma comissão independente internacional acompanhe as investigações do caso. Este pedido já havia sido feito na segunda-feira para o ministro da Defesa, Waldir Pires. "Queremos saber se isso já foi feito antes, quais os passos que devem ser seguidos", afirmou Siqueira.
O encontro deverá ocorrer no hotel onde parte dos familiares das vítimas do avião da Gol está hospedada. O empresário, irmão do passageiro Plínio Siqueira, disse não estar convicto de que a investigação comandada por brasileiros é isenta. "Há sempre um filtro político na divulgação das informações. Isso nos deixa preocupado." Siqueira explicou que o encontro foi marcado a pedido dos próprios familiares. "Nossa intenção é trocar experiências, saber quais foram os erros, os acertos de pessoas que já passaram por uma situação como a nossa", disse.
Um dos fatos que mais incomodou a comissão foi a forma como os dados são divulgados. "Soube que a caixa-preta havia sido encontrada. Mas havia recomendação de que somente um militar de alta patente deveria fazer o comunicado oficial", disse.
De acordo com a comissão, a previsão era de que ainda hoje 34 corpos encontrados fossem levados para a base instalada na Serra do Cachimbo. Ainda não há confirmação se os corpos seriam trazidos hoje mesmo para Brasília.