Familiares das vítimas do acidente de Alcântara aprovam relatório

Brasília – O representante das famílias das vítimas do acidente de Alcântara, José Oliveira, disse hoje que ficou satisfeito com o trabalho coordenado pelo Ministério da Defesa para apresentar um relatório conclusivo sobre a explosão, ocorrida em 22 de agosto do ano passado. Vinte e um técnicos morreram durante a montagem do veículo lançador de satélite (VLS 1/V3). O relatório mostra que houve falhas operacionais e materiais que levaram, por descarga eletrostática ou corrente elétrica na linha de fogo, ao acionamento do propulsor A.

?Nós participamos das investigações e vimos que todas as hipóteses foram analisadas e estudadas. A possibilidade de uma descarga eletrostática só não foi aprofundada porque esse é um fenômeno mais raro no Brasil, que os cientistas ainda não compreendem bem?, afirma Oliveira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas de Alcântara e irmão do técnico Rodolfo Donizetti de Oliveira, morto no acidente.

Segundo ele, a indenização de R$ 100 mil prometida pelo governo federal aos familiares das vítimas já foi liberada. Mas a associação entrará na Justiça com recurso para que o valor seja reajustado. A lei aprovada no Congresso Nacional prevê bolsa de estudo aos dependentes dos servidores até que eles completem 24 anos. O valor inicial da bolsa será de R$ 400, atualizável nos meses de janeiro. As famílias dos 21 mortos vão receber ainda pensões entre R$ 618 e R$ 4,4 mil.

Durante a apresentação do relatório conclusivo sobre o acidente, o ministro da Defesa, José Viegas Filho, convidou a Associação dos Familiares das Vítimas do Acidente de Alcântara para integrar uma comissão externa que irá reformular a política espacial brasileira e preparar o lançamento de uma nova versão do VLS. José Oliveira aceitou o convite em nome da associação.

Para ele, é hora do governo federal corrigir os erros apontados no relatório. ?O programa foi tratado como balão de festa junina. A queda de investimento de 96 pra cá demonstra irresponsabilidade do governo em tratar um programa estratégico como esse?, critica Oliveira.

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