O movimento começou cedo em frente a casa da família da atendente Mara Sílvia de Souza, refém com seus três filhos de um seqüestro que durou 56 horas, no Jardim Novo Campos Elíseos, na periferia de Campinas, que terminou na noite de quinta (26). Nem mesmo a chuva afastou vizinhos, amigos e curiosos que passavam pela rua.
Dentro da casa, a família descansa. O caçula, Murilo, 4 anos, está com o avô, Mário Thomaz de Souza. Ele contou, pela manhã, que o momento mais tenso dos últimos três dias foi quando, pouco antes do fim do seqüestro, Gleison Flávio de Salles ficou irritado ao saber que seu nome estava sendo divulgado pela imprensa e apontou a arma para a cabeça de Thiago, 7 anos. Poucos instantes depois, Salles fez um disparo em direção a porta da casa.
Após a libertação, as vítimas receberam assistência médica no Hospital Mário Gatti. Mara dorme sob o efeito de calmantes, segundo informou a prima, Jussara Amorim. Segundo informou seu pai, os reféns ficaram presos em um quarto e não podiam nem ir ao banheiro. A única opção era utilizar garrafas e roupas. Segundo informou Mara, eles chegaram a se alimentar de bolachas e pirulitos. Desde o fim do seqüestro, pelo menos um carro da Polícia Militar permanece no local para cuidar da segurança.