O deficiente mental Julio César dos Santos, de 30 anos, vivia até ontem em uma jaula de dois metros quadrados de área, gradeada, sem banheiro, no quintal da casa da família, na Travessa das Rosas, área pobre do município de Itapissuma (PE). Ele era mantido nu e sua comida, servida uma vez por dia em prato descartável, era colocada no chão, junto às fezes e urina, sem nenhuma higiene.
Ele foi descoberto por policiais do Grupo de Operações Táticas (Gote) que investigavam seu irmão, José Marcos Souza Santos, de 26 anos, ex-presidiário, suspeito de integrar um grupo de extermínio. O delegado Gilmar Rodrigues, que participou da operação, ficou chocado. "Era uma situação animalesca". O rapaz foi encaminhado a um hospital psiquiátrico em Paulista, próximo da região.
Marcos foi levado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, e vai responder por posse de munição – balas de espingarda 12 foram encontradas na sua casa – e por maus-tratos. De acordo com o delegado, Julio César vivia preso por determinação dele. Antes de habitar a jaula o rapaz vivia, desde criança, acorrentado à cama. Segundo os familiares, porque era agressivo.
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