O engenheiro químico Rafael Netto, irmão do guitarrista Rodrigo Netto, do grupo de rock Detonautas, morto numa tentativa de assalto no último dia 4, deixou o hospital particular da zona sul do Rio onde estava internado desde a noite do crime. Ele estava com o irmão e a avó no carro que foi alvejado por bandidos na Avenida Marechal Rondon, na zona norte. Rafael foi ferido com dois tiros, que perfuraram seu pulmão.

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Na saída do hospital, na terça-feira, ele pôs em dúvida a conclusão da polícia de que o crime foi cometido por quatro adolescentes. "Eu penso em duas coisas. Primeiro, se isso for verdade mesmo, mostra que a gente não está dando esperança às nossas crianças, elas só estão vendo futuro no crime. Por outro lado, pode ser que isso seja uma manobra da polícia para encerrar o caso logo e colocar a culpa nos menores, que não têm como pagar", disse o irmão do guitarrista morto, numa demonstração do desânimo da família com a segurança no Rio.

O pai e a irmã do guitarrista também expressaram sua descrença na punição dos culpados. Durante a missa de sétimo dia, no domingo, que reuniu cerca de 250 pessoas na Igreja São João Batista, em Botafogo, zona sul, o pai, o taxista Gilberto Netto disse que "hoje não há nenhuma esperança de que a gente possa parar de chorar um dia". Já a irmã de Rodrigo, a estudante Paula Peres, de 23 anos, criticou a polícia: "Depois que a coisa acontece a resposta é muito boa. Agora vai ver depois de duas semanas…".

A polícia do Rio apreendeu dois menores acusados de participação no crime. Eles teriam confessado e indicado a participação de outros dois jovens. A polícia ainda tenta encontrá-los e investiga se um deles, o autor dos disparos, foi morto. A polícia deve ouvir o depoimento de Rafael e da avó, Maria da Silva Netto, nos próximos dias. No entanto, o engenheiro disse que tudo foi muito rápido e tudo indica que não poderá colaborar muito.

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