Falta vontade política para reforma agrária, avalia CNBB

A reforma agrária foi um dos temas discutidos nesta terça-feira (1.º) na abertura da 45ª Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Bispo de Ilhéus (BA), d. Mauro Montagnoli afirmou que falta ainda vontade política para a realização de uma reforma agrária justa e eficaz. "A Igreja é a favor dessa reforma e tem marcado presença no sentido de apoiar e insistir que ela ocorra. A Justiça tem contribuído para dificultar isso. Vemos centenas de trabalhadores acampados. Falta vontade política para a realização dessa reforma", afirmou.

Arcebispo de Vitória da Conquista (BA) e um dos vice-presidentes do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), d. Geraldo Lyrio Rocha disse que a reforma agrária não basta. "Há um descaso em relação às famílias assentadas. Não basta dar posse de terra se não há condições de desenvolvimento agrícola, produção orientada e escoamento dessa produção. Julga-se que o problema está resolvido, enquanto na verdade não foi.

Bem cotado para a eleição da CNBB, d. Geraldo afirmou que não disputa poder. "Todos os bispos aqui são candidatos e eleitores. Ninguém se lança candidato. As eleições aqui têm uma dinâmica diferente das disputas de cargos públicos, porque são outras motivações", afirmou d. Geraldo. A CNBB iniciou sua assembléia geral nesta terça-feira em Itaici, Indaiatuba (SP), e escolherá seu novo presidente até o próximo dia 9. Até lá também serão definidos os temas para a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que será aberta pelo papa Bento XVI, na segunda quinzena de maio, em Aparecida (SP).

Além de discutir quais temas serão levados a Aparecida, os bispos vão aprovar na assembléia geral o documento sobre a evangelização da juventude, tema da assembléia no ano passado. Segundo informou d. Mauro, por meio de pastorais da juventude em setores como o estudantil e o rural, a Igreja reforça junto aos congressistas seu posicionamento contrário à redução da maioridade penal. "Infelizmente, precisamos chamar mais a atenção para isso, pois não é por esses meios que a violência vai diminuir.

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