A falta de políticas sociais integradas e decisões sobre desenvolvimento que deixaram para trás algumas regiões do País estariam na raiz da pobreza nas cidades pequenas do Brasil, segundo a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes. "Desde a criação do ministério estamos trabalhando com a integração das políticas de transferência de renda, de segurança alimentar e de assistência social para que haja real impacto nos municípios", afirmou.
A secretária lembra que os dados analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de 2000, portanto antes do Bolsa Família e do Fome Zero iniciarem suas ações nas regiões mais pobres do País. "Os programas de transferência de renda tiveram impactos significativos nos municípios mais pobres. Temos casos em que a transferência do Bolsa Família alcança mais de 70% do que o município recebe pelo Fundo de Participação dos Municípios. Isso movimenta a economia local", afirmou Márcia.
Guaribas, um dos municípios-piloto das ações do Fome Zero, tinha 91% das suas famílias combinando baixa renda, baixa escolaridade e crianças menores de 14 anos – sinais determinantes de vulnerabilidade social. De acordo com a secretária, desde o início das ações na região, em 2003, o ministério tem monitorado a cidade e já houve avanços.
O Bolsa Família hoje está presente, de acordo com dados do ministério, em 5.530 municípios brasileiros, em diferentes níveis de atendimento. Apenas 30 municípios que ainda não tem o cadastro único estão de fora.
Das 6,5 milhões de famílias que estão no programa hoje, 64% estão no Nordeste, região que concentra a maior parte dos municípios mais pobres, segundo o IBGE. "Temos 60% das famílias mais pobres do País atendidas no Bolsa Família. Em algumas regiões mais pobres, como o Vale do Jequitinhonha, esse índice chega a 89%", afirmou a secretária.
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