São Paulo – A indefinição sobre o quadro de funcionários da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é um dos principais motivos que atrasam a extinção da Telebrás, que se arrasta desde 1998. A empresa é a única em processo de extinção que ainda consegue ter lucro, com base em aplicações financeiras. Em 2004, o lucro líquido da empresa foi de R$ 2,869 milhões, uma queda de 72,36% em relação a 2003. As despesas operacionais da companhia baixaram de R$ 35,7 milhões para R$ 29 7 milhões.
Segundo Antonio da Cruz Couto, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Distrito Federal (Sinttel) e funcionário da Telebrás, a mão-de-obra da antiga estatal foi utilizada para iniciar as atividades da agência reguladora. "A partir de 98, a previsão era o fim da Telebrás em dois anos. Mas o governo criou a Anatel, sem funcionários, e teve de recorrer aos empregados da Telebrás", explica.
Segundo ele, à época de criação da Anatel, 800 funcionários da Telebrás foram demitidos. De acordo com a Anatel outros 600 foram cedidos para a agência. Hoje, segundo a Anatel os cedidos somam 250 do total de 1.500 funcionários. Em dezembro, venceu o prazo de manutenção desses empregados, mas o contrato foi renovado até 2007.
De acordo com o chefe de recursos humanos da Telebrás, Getúlio Francisco da Silva, apenas nove funcionários trabalham apenas para a manutenção do escritório da estatal.