Rio – A falta de acordo entre os credores em relação ao ativo e passivo da Vasp postergou para o dia 20 de junho a reunião que irá decidir sobre o detalhamento do plano de recuperação judicial da empresa. O diretor jurídico do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Cláudio Chagas, representante dos Trabalhadores na Comissão de Intervenção da Vasp, disse que há possibilidade de que o plano seja aprovado pelos credores nessa nova assembléia.
A inclusão da companhia aérea na nova Lei de Recuperação de Empresas, que substituiu a antiga Lei de Falências e Concordatas, foi deferida em outubro de 2005, segundo o diretor jurídico. Ele estimou que o passivo da Vasp alcance em torno de R$ 3,8 bilhões a R$ 4,5 bilhões, contra um patrimônio já levantado pela auditoria de R$ 6 bilhões. A Vasp teve sua operação paralisada há cerca de um ano.
Cláudio Chagas explicou que, ao contrário do que sucedeu com a Varig, não está prevista no plano de recuperação judicial da Vasp a realização de leilão para venda de ativos da companhia. O plano prevê a participação em fundos de investimento. "Esse ativo que a Vasp tem seria transformado em cotas para os credores", disse. A operação daria à Vasp condições de começar uma nova empresa operacional com o restante dos ativos, afirmou Chagas. A expectativa é que a nova Vasp poderia reiniciar sua operação já em 2007.
O diretor do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos acrescentou que a aprovação do plano de recuperação judicial abre também a possibilidade de a empresa ter novos investidores, que queiram injetar dinheiro novo na companhia. Ele revelou que contatos para conversas com a área técnica da Vasp, em especial com a parte de manutenção de aeronaves, já foram iniciados por potenciais investidores. Chagas admitiu, inclusive, que o comprador da VarigLog, ex-subsidiária da Varig, a Volo do Brasil, poderia ser um desses investidores.