Quando ele aparecia na TV, com todos os penduricalhos e as roupas extravagantes, o eleitor devia se perguntar: o que liga a irreverência do cantor cearense Falcão ao semblante austero do candidato Ciro Gomes (PPS)? “Somos amigos desde a década de 80, quando ele era estudante de Direito e eu estava entrando para a faculdade de Arquitetura”, lembra Falcão.
“O Ciro foi o cara que protagonizou minha primeira aparição na televisão em cadeia nacional”, conta. “Eu estava cantando na inauguração de uma obra no interior do Ceará, em Juazeiro do Norte, em 1991, e o extinto programa Aqui Agora (SBT) gravou e depois mostrou – eu cantando e o governador assistindo.”
Falcão revela que, se Ciro não for para o segundo turno, vai votar em Lula, de quem também se diz amigo. Ele acha difícil o amigo Ciro passar, por causa da “queda vertiginosa” e dos ataques que sofreu. “Eu torço para que ele dê uma reviravolta de boca-de-urna, porque ele demonstra pulso. Lá no Planalto, ele iria dar uns gritos com uns cabras, não é de ficar de boca aberta olhando as coisas.”
Falcão jura de pés juntos que fez a campanha de Ciro Gomes sem receber um tostão por isso, trabalhando apenas por amizade assim como já fizera nas campanhas para prefeito, governador e presidente de 1998. E diz que admira cada vez mais o candidato.
“A sua maior qualidade é ser sincero, é um homem que gosta de cumprir o que diz. Pelo menos para nós, que somos conhecidos, ele sempre cumpriu”, afirma. “O defeito, que também não chega a ser um defeito, é que ele fala o que pensa, e não mede palavras.”