Cuiabá – Protegido por habeas corpus concedido pelo ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para se manter em silêncio, o depoimento do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, de 55 anos, frustrou os membros da CPI dos Bingos, que se deslocaram de Brasília para Cuiabá a fim de ouvi-lo, no Comando Geral da Polícia Militar, sob forte esquema de segurança.

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O bicheiro, apontado como o chefe do crime organizado em Mato Grosso e que já foi condenado a 44 anos de prisão, negou todas as acusações contra ele. A CPI pretendia esclarecer a relação do bicheiro com jogos de azar, transportes urbanos e o suposto envolvimento no esquema de corrupção e morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, seqüestrado e morto a tiros em janeiro de 2002. Negou também conhecer Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusados de envolvimento no Crime.

Orientado por seu advogado, Zaid Arbid, o bicheiro negou ainda ter trabalhado com bingos ou máquinas caça-níqueis, embora comandasse os crimes de contravenção em Mato Grosso, motivo pelo qual o Ministério Público pediu a sua prisão. Apesar de não contribuir praticamente em nada com os trabalho da CPI dos Bingos, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse estar satisfeito com o resultado da reunião, mas afirmou que pedirá mais informações à Polícia Federal sobre as investigações que vêm sendo feitas sobre bicheiro.

Preso no Presídio "Pascoal Ramos", o Arcanjo chegou ao comando da PM de helicóptero, algemado e com colete à prova de balas. Ele foi escoltado, durante audiência, por 20 policiais militares e federais. O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), disse que o bicheiro foi ouvido em Cuiabá devido à dificuldade em deslocá-lo para Brasília.

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