São Paulo (AE) – O atacante Fabrício Carvalho, do São Caetano, mudou de médico. Após receber em maio, da equipe do Hospital do Coração, na Capital, a recomendação de que deveria ficar afastado por mais 120 dias – não jogava desde fevereiro -, o jogador decidiu buscar uma segunda opinião. O escolhido foi o cardiologista argentino Costantino Costantini, de Curitiba, o médico responsável pelo tratamento feito no atacante Washington (ex-Atlético Paranaense, hoje atuando no futebol japonês), com quem fará mais exames em agosto.
Desde que foi afastado das atividades esportivas, Fabrício Carvalho não dá entrevistas. A recomendação médica do HCor era que o jogador repousasse o máximo para que a inflamação no coração (miocardiopatia) diminuísse e permitisse seu retorno.
Em maio, o jogador realizou novos exames no Hospital do Coração, sob coordenação do cardiologista César Augusto Jardim, mas a arritmia aumentou, em vez de diminuir. A recomendação de uma junta de dez médicos do HCor foi que o jogador permanecesse em repouso por mais 120 dias.
"Em fevereiro, quando constatamos a arritmia, estimamos em três meses o tratamento do Fabrício. Achávamos que esse tempo seria suficiente. Mas não foi. Podíamos ter estipulado seis meses. O importante é que a inflamação diminua", disse César Augusto Jardim.
A esperança é que a causa da inflamação tenha origem viral. "Sabemos que há casos de infecções virais que provocam a inflamação. Passado um tempo, o músculo do coração volta ao normal. Esse pode ser o caso do Fabrício", explica o médico.
O volante Senegal, do Marília, fez tratamento semelhante e já está em plena atividade no seu clube. Se esse for o caso de Fabrício, o retorno ao futebol é uma possibilidade. O problema é que só foi possível detectar a arritmia e a inflamação do músculo cardíaco. Não se sabe ainda a causa da inflamação. "Analisamos os exames anteriores do Fabrício e eles eram normais. O problema não é congênito, como era o caso do Serginho (que morreu em campo com um problema cardíaco)", diz Jardim.
A expectativa pela volta de Fabrício Carvalho em maio era grande. O técnico Estevam Soares chegou a declarar que o atacante seria um grande reforço para a equipe, caso fosse liberado. Com a nova "licença médica" de 120 dias, a frustração foi grande. Clube e jogador concordaram em procurar uma segunda opinião.
Fabrício Carvalho está em São Caetano – seus familiares moram em Andradina, interior de São Paulo – e deve vir para Curitiba em agosto ou setembro para novos exames na clínica de Costantini. A esperança é que o "milagre" que recuperou Washington para o futebol aconteça também com Fabrício Carvalho.