O Comando da Aeronáutica está averiguando por que a mensagem de agradecimento pela hospitalidade, enviada pelo Papa Bento XVI ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pouco depois das 23 horas de domingo, só chegou ao Palácio do Planalto no final da tarde desta terça-feira (15). A mensagem foi enviada direto do avião da Alitalia que transportava o Papa, quando ele já estava voando de volta ao seu país, na região coberta pelo Cindacta 3, de Recife, e foi feita, pelo sistema de rádio freqüência utilizado para comunicação entre os pilotos e os controladores do tráfego aéreo.
Todas as conversas entre o pilotos e controladores são gravadas em uma fita que fica continuamente sendo gravada, durante 24 horas. Depois que ela chega ao fim, é recolhida, vai para o trabalho de degravação e, por último, passa por uma verificação de autenticidade. Mas o sistema é redundante, ou seja, se parar uma fita, a outra continua gravando. O procedimento normal é quando há alguma coisa fora do normal, a fita é parada e substituída para degravação de conferência, que é o que deveria ter acontecido no domingo à noite. Por isso, o Cindacta 3 está verificando o que houve de errado neste caso.
O Comando da Aeronáutica, em Brasília, só foi informado da mensagem nesta terça-feira, quando ligou para o Cindacta em busca de informações sobre a denúncia apresentada pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB), durante sessão da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, de que teria ocorrido uma falha de comunicação do avião do Papa Bento XVI com o controle aéreo brasileiro, na noite de segunda-feira. Neste momento, Brasília foi avisada que, de fato, havia uma mensagem papal para ser repassada, mas negou que tenha havido falhas de comunicações.
