O comando da Aeronáutica admitiu ontem (19) que os radares do centro de controle de Brasília (Cindacta-1) podem apresentar falhas. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o brigadeiro Ramon Cardoso – que representava o comandante da Força Aérea Brasileira , Luiz Carlos Bueno – disse que os equipamentos ‘chegam a registrar até 30 alvos falsos (indicações de aeronaves que não existem)’ por dia. O número, segundo ele, equivale a 1% do total de vôos que passam por Brasília.
Cardoso deu detalhes sobre a falha. Disse que os alvos ‘fantasmas’ ficam de 30 segundos a 1 minuto na tela dos radares, em pontos aleatórios, e depois desaparecem. O brigadeiro explicou ainda que isso costuma ocorrer em regiões onde há nuvens muito carregadas eletricamente e em áreas onde a atuação dos radares fica muito próxima uma da outra. Técnicos da Força Aérea estão trabalhando na solução do problema.
Também ontem o delegado da Polícia Federal Ramon Almeida da Silva, responsável pelo inquérito que apura o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, disse em audiência no Senado que não tem indícios de que o transponder do jato tenha sido desligado propositalmente. Durante 50 minutos, o equipamento ficou inoperante, o que fez o sistema anticolisão do jato não acusar a aproximação do Boeing. O delegado esclareceu que o indiciamento dos pilotos americanos se deu porque eles ‘tinham a obrigação’ de monitorar o painel de controle para verificar se o transponder funcionava corretamente.
