Com a manutenção dos recordes de exportações, a indústria automobilística
atingiu o melhor resultado de produção de sua história no mês de março, aponta
balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea). Foram 218.573 veículos produzidos, total que superou em 17,5% o
resultado de fevereiro e em 14,1% o de março do ano passado. O resultado
contribuiu para uma alta acumulada de 12,5% no primeiro trimestre deste ano. O
melhor número registrado até agora era de 211 mil unidades, obtido em outubro de
1997.
As exportações de veículos (excluídas máquinas agrícolas) somaram
67.516 unidades no mês, 14,2% a mais do que em fevereiro e 26,5% maior do que em
março do ano passado. Os embarques ao exterior de máquinas agrícolas aumentaram
4,1% com 3.342 unidades, 22,7% a mais do que em março de 2004. As exportações
acumuladas no trimestre são 20,8% maiores que no primeiro trimestre do ano
passado. Em valores financeiros, o terceiro mês do ano registrou um recorde de
US$ 936,4 milhões.
As montadoras também contrataram funcionários pelo
décimo mês consecutivo, embora com variação quase estável. O número de
contratados chegou a 325, aumento de 0,4%. Mas no segmento de máquinas agrícolas
houve demissões, com redução do quadro em 359 pessoas, um processo iniciado em
fevereiro. Segundo a indústria, essas demissões se antecipam à futura redução de
compra do setor agrícola, afetado agora por quebra de safra, seca no Sul do país
e queda no valor de commodities no mercado externo.
As vendas ao mercado
interno também foram as melhores dos últimos quatros anos. O número de veículos
licenciados, nacionais e importados, alcançou 149.424, 30% a mais do que em
fevereiro último. Apesar disso, na avaliação do presidente da Anfavea, Rogélio
Golfarb, o mercado interno não tem reagido tão bem quanto a demanda externa.
Segundo ele, isso "já era previsto pelo setor" que continua voltado para
explorar os espaços que a globalização criou no mercado internacional.
Golfarb destacou a relevância do aumento no faturamento de exportações
(US$ 936, 4 milhões) que é 25,9% maior que em fevereiro e 30,9% na comparação
com março do ano passado. Desde janeiro, há uma expansão de 36,3%, com um
acumulado de US$ 2,29 bilhões e, de acordo com o presidente da Anfavea, a
entidade mantém a projeção para o ano de US$ 8,9 bilhões, 7% a mais que em 2004.
Ele expressou a preocupação do setor com a possibilidade de uma postura
mais agressiva da China nas negociações internacionais. "Cada vez mais se torna
fundamental a busca de acordos internacionais e isto leva à necessidade de
manter a competitividade". Segundo ele, a indústria canaliza esforços para
explorar a União Européia , África do Sul, Canadá e Índia. "Já o mercado interno
deve continuar com um crescimento vegetativo", avaliou, em razão da queda de
compras pela elevação das taxas de juros de financiamento e da pressão de custos
de insumos como aço e plástico, que são repassados ao valor de venda.