São Paulo – As exportações brasileiras para o Iraque alcançaram em 2006 US$ 152,9 milhões ? valor tão alto não havia sido atingido desde o ano anterior à invasão do Kwait e início da Guerra do Golfo. Em 1989 o Brasil vendeu US$ 353,9 milhões para o Iraque, valor que caiu para US$ 110 milhões no ano seguinte.

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O aumento das vendas, entretanto, não foi suficiente para inverter o saldo da balança comercial. A diferença entre o que o país vendeu para o Iraque e o que comprou gerou um saldo negativo para o Brasil em 2006 de US$ 443,6 milhões. A última vez que o Brasil teve saldo positivo na balança comercial foi em 1997.

O embaixador Bernardo Brito, representante do Brasil para a República do Iraque, acredita que seja o momento propício para a ampliação das exportações, mas ressalta que este processo de retomada está condicionado às condições internas do país.

?Portanto devemos ver a retomada da participação brasileira como gradual, iniciando pelas áreas onde a reconstrução já é um fato concreto e tem melhores condições de segurança?, afirma.

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Segundo ele os empresários brasileiros têm muito a oferecer aos iraquianos, como exemplo, todos os tipos de equipamentos de transporte, aeronaves, alimentos. Além de produtos e serviços na área de energia, na recuperação de postos de petróleo, reparos de usinas e linhas de transmissão. Também faltam produtos nas áreas de saúde como infra-estrutura hospitalar e odontológica. Outro setor importante no qual ele julga que o conhecimento brasileiro pode se destacar é a construção e manutenção de rodovias, hidrovias, e instalações portuárias.

?As oportunidades são grandes e o Iraque é um país rico que tem grandes perspectivas para reassumir um lugar de destaque na economia da região. Por isto, temos que planejar nossas ações? afirma o embaixador.

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Segundo dados da Câmara de Comércio Brasil-Iraque, os negócios entre os dois países vem crescendo. Entre os dez itens mais exportados estão produtos manufaturados como transformadores diesel-elétrico e tratores e alimentos como açúcar, carne de frango e bovina.
 
De acordo com Jalal Chaya, presidente da Câmara de Comércio, ?o resultado de vendas ao Iraque não reflete a realidade do comércio exterior entre os dois países?. Isso porque uma grande parcela de exportações brasileiras ao mercado iraquiano é feita por intermédio de importadores dos países vizinhos em operações conhecidas como ?triangulares?. Por isto, essas vendas não são contabilizadas na balança de relações bilaterais entre os dois países.

Entre os meses de janeiro a outubro de 2006 as exportações pelos países vizinhos atingiram a cifra de US$ 45,9 milhões.