O desempenho das exportações paranaenses se manteve em alta nos cinco primeiros meses do ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta quarta-feira (15) pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul. O resultado no período foi 18,51% maior, atingindo US$ 3,8 bilhões, contra US$ 3,2 bilhões de janeiro a maio do ano passado.

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O setor industrial – em especial das cadeias automotiva, de frango, carnes e madeiras ? foi o que mais influenciou positivamente as vendas internacionais do Paraná neste ano. Entre janeiro a maio, a indústria embarcou US$ 700 milhões a mais do que no mesmo período de 2004.

Somente em maio, as exportações paranaenses atingiram US$ 902 milhões, uma alta de 8,3% em relação ao mesmo mês de 2004 (US$ 833 milhões). Com isto, o Paraná foi o terceiro estado exportador do Brasil.

Dados do Centro Internacional de Negócios da Fiep (CIN) apontam que 33 indústrias realizaram a sua primeira exportação no mês passado. Entre os novos embarcadores estão empresas dos setores de vestuário, plásticos, artesanato, biosegurança, saúde, alimentos, entre outros.

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?Os empresários estão agregando valor aos produtos exportados aos atuais parceiros comerciais e buscando novos mercados, por meio de missões, como a que o governo estadual leva este mês ao Paraguai?, afirma o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul (Seim), Virgílio Moreira Filho.

Já o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, analisa que os produtos industrializados, com maior valor agregado, ainda têm espaço no mercado internacional. ?Temos qualidade e custo competitivo, mas a nossa competitividade está menor, porque a cotação do dólar atingiu um patamar que pode estar inadequado?, alerta.

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Segmentos

A venda do setor automotivo foi o grande destaque. As exportações de automóveis com motor 1.0, por exemplo, saíram de US$ 6 milhões entre janeiro a maio de 2004, para US$ 180 milhões neste ano. Em 2003, nenhum veículo foi embarcado ao exterior pelo Paraná.

Ainda no segmento automotivo foram registradas altas nas exportações de automóveis 1.5 (US$ 178 milhões, contra US$ 144 milhões em 2004), motores (US$ 163 milhões, contra US$ 137 milhões), bombas injetoras (US$ 80 milhões, contra US$ 47 milhões), entre outros.

Já o setor de frangos vendeu US$ 179 milhões nos cinco primeiros meses de 2005. A alta foi de 29% em relação aos US$ 138 milhões em negócios gerados no ano passado. A venda de açúcar também que teve alta, saltando de US$ 24 milhões para US$ 70 milhões.

Em contrapartida, algumas comoditties agrícolas apresentaram quedas significativas. O resultado dos embarques de milho, por exemplo, foi 75% menor neste ano. O volume de vendas caiu de US$ 234 milhões, nos cinco primeiros meses de 2004, para US$ 57 milhões.

Superávit

A valorização do real frente ao dólar incentivou as importações e fez com que houvesse uma redução no superávit na balança comercial do Estado, o primeiro dos últimos dois anos. O saldo da balança comercial ficou em US$ 1,795 bilhão no acumulado entre janeiro a maio de 2005. No ano passado, no mesmo período, este valor foi de US$ 1,883 bilhão.

Nos cinco primeiros meses deste ano, as importações paranaenses cresceram 47,21%, alcançando a marca de US$ 2 bilhões. No ano passado, as compras internacionais ficaram em US$ 1,3 bilhões no período, com acréscimo de apenas 5,42% na comparação com 2003.

Entre os principais insumos importados, o destaque fica para o óleo bruto de petróleo. Influenciadas pela baixa do dólar e dos preços do barril de petróleo, as compras internacionais do produto subiram de US$ 43 milhões, em 2004, para US$ 374 milhões. É o maior volume dos últimos três anos. O principal e único fornecedor deste óleo tem sido a Nigéria.

Destino

Em 2005, o maior comprador do Paraná continua sendo os Estados Unidos, para onde as vendas cresceram 32,05%, alcançando US$ 564 milhões. Depois, vem a Alemanha, com alta de 100,36% (US$ 414 milhões), e a China (US$ 283 milhões).

A União Européia é o bloco que mais adquiriu produtos paranaenses, com negócios da ordem de US$ 1,22 bilhões. Para os países que formam o Mercosul – Argentina, Paraguai e Uruguai -, foram vendidos US$ 327 milhões.