São Paulo (AE) – O recente foco de febre aftosa em Mato Grosso do Sul não afetou os resultados das exportações do agronegócio em outubro. As vendas continuaram crescendo, conforme os resultados da balança comercial do setor divulgados hoje (8) pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura. No mês passado, as exportações totalizaram US$ 3,730 bilhões – um acréscimo de 16 9% sobre o valor exportado em igual período de 2004 -, com superávit de US$ 3,303 bilhões.
O resultado foi alcançado graças ao aumento dos embarques dos complexos soja (37,2%), sucroalcooleiro (35,5%), carnes (28%), cafeeiro (24,8%) e florestal, com destaque para papel e celulose (30,2%).
No acumulado de janeiro a outubro, as vendas externas do setor totalizaram US$ 36,212 bilhões – 9,6% acima do registrado nos 10 primeiros meses de 2004 -, com saldo de US$ 32,022 bilhões.
De acordo com os dados apresentados no acompanhamento mensal das exportações agrícolas, o desempenho registrado de janeiro a outubro é um recorde histórico para o período de 10 meses. Nos últimos 12 meses, o valor exportado pelo setor foi de US$ 42,172 bilhões, com saldo de US$ 37,127 bilhões. Isso representou um aumento de 10,5% sobre o faturamento das vendas externas entre novembro de 2003 a outubro de 2004, que foi de US$ 38,169 bilhões.
Soja – O complexo soja foi o principal destaque de outubro. A receita da cadeia produtiva chegou a US$ 782 milhões, um acréscimo de 37,2% em comparação com igual período do ano passado. O valor exportado de soja em grão aumentou 83,5% (de US$ 240 milhões para US$ 441 milhões), em conseqüência do incremento de 94% no volume embarcado. Houve também um expressivo incremento das vendas externas de óleo em bruto (107%) e de óleo refinado (57,9%). Já o faturamento dos embarques de farelo tiveram uma retração de 16,7%, principalmente por causa da queda do volume exportado.
O desempenho do setor de carnes em outubro também foi expressivo. As exportações do complexo cresceram 28% em relação a igual período de 2004, saltando de US$ 554,5 milhões para US$ 710,4 milhões. Quase todos os segmentos tiveram taxas elevadas de aumento: carne bovina industrializada (35,7%), frango in natura (51,7%); frango industrializado (120%) e suíno (57%). Apesar disso, a cadeia produtiva registrou redução de 14% no valor exportado de carne bovina in natura (de US$ 180 milhões para US$ 153 milhões), em decorrência da queda 18% no volume embarcado. Essa situação foi provocada pelos focos de aftosa em Mato Grosso do Sul, que bloquearam importantes mercados às carnes in natura de gado.
As exportações dos produtos do complexo sucroalcooleiro também tiveram incremento expressivo. As vendas de açúcar cresceram 18,8% em comparação com igual período de 2004, passando de US$ 271 milhões para US$ 322 milhões. Enquanto isso, o valor exportado de álcool aumentou 173,8%, saindo de US$ 32,8 milhões em outubro do ano passado para US$ 89,8 milhões no mês passado. "Esse resultado confirma as perspectivas promissoras para o álcool brasileiro no mercado global, em razão dos altos preços do petróleo e da escassez de suas reservas, aliados à busca crescente de combustíveis renováveis", disse o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Destinos – A União Européia continua sendo o principal destino das exportações do agronegócio, com 33,4% de participação no valor exportado. Em seguida, aparecem a Ásia (excluído o Oriente Médio), com 18,8%, o Nafta (exceto o México) com 18,1%, e o Oriente Médio, com 5,3%,
Em outubro, houve um crescimento nas receitas das vendas para os seguintes blocos: Europa Oriental (50,5%), África (17 2%), Ásia (17%), União Européia (15,2%) e Mercosul (11,5%). "O fortalecimento do ritmo das exportações para a União Européia e Ásia refletiu principalmente o crescimento dos embarques de soja e seus derivados", ressalta o ministério.