Rio de Janeiro – A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que as exportações brasileiras ao exterior terão queda de 1,1% em 2007 na comparação a 2006, quando devem ficar em US$ 136,5 bilhões.
Segundo o vice-presidente da entidade, José Augusto de Castro, isso se deve em grande parte ao câmbio, ?que continua afetando muito as exportações de manufaturados principalmente". Além disso, o resultado deve ser influenciado pela acomodação do mercado internacional no próximo ano, por causa da desaceleração da economia norte-americana e da tentativa "de tentar controlar o crescimento da China?.
Os produtos básicos devem responder por um aumento de 4,1% nos embarques ao exterior no próximo ano, de acordo com as projeções da associação.
Castro explicou que esse desempenho será alavancado por dois produtos em especial: minério de ferro e o complexo soja. Os preços para 2007 do minério de ferro já foram acordados, e a expectativa da AEB em relação à soja é de que os preços mantenham-se no patamar atual, considerado bom pela entidade.
"São os dois produtos que vão sustentar basicamente o crescimento das exportações. Como coadjuvantes importantes, devemos ter a carne bovina, que continuará a ter um bom desempenho no comércio exterior, e a carne de frango que, passado o susto da gripe aviária, deve voltar a ter um peso importante em 2007?.
Ele descartou a possibilidade de haver uma nova explosão de crescimento das exportações brasileiras. "Pelo contrário. A gente torce para que a desaceleração da economia norte-americana seja bem suave, quase imperceptível, e que a economia chinesa não tenha uma queda muito forte também, porque a gente está dependendo basicamente do comportamento das economias dos Estados Unidos e da China?, declarou.
De acordo com Castro, a economia da China tem queda prevista de 10,7%, em 2006, para algo em torno de 8,5% em 2007.