Exportações de frango recuperam mercado

As indústrias avícolas do Paraná terminaram setembro como líderes em volume de produção e exportação no Brasil. Levantamento realizado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) com base nas estatísticas divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (Secex/MICT) aponta que o grande destaque no segmento foi o crescimento das exportações de produtos industrializados à base de carne de frango, que evoluiu 176,57% no ano, passando de 5.024.643 quilos para 13.896.748 quilos. No mesmo período, as vendas externas brasileiras deste item cresceram 45,00%, chegando a 85.959.606 quilos.

Este desempenho aliado à exportação de frango inteiro e cortes permitiram à indústria paranaense a conquista da liderança entre os estados brasileiros em volume embarcado no acumulado do ano, com 540.538.840 quilos. Com isso o Paraná passa a responder por 27,63% do total da carne de frango exportada. Já o desempenho das exportações paranaenses de frango de corte acumulado no ano aponta para a retração de 7,05% no volume embarcado, contra o recuo de 8,81% na performance das exportações nacionais.

O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, avalia que o crescimento das exportações de industrializados é fruto de investimentos realizados pelas indústrias para permitir a operação voltada ao mercado internacional. Outro fator é a capacidade de atuação em novos mercados da indústria paranaense. Martins destaca que apesar de ainda apresentar variação negativa no acumulado do ano, a avicultura paranaense está próxima de terminar o ano se recuperando da retração verificada em 2006. ?Tivemos que trabalhar muito para nos recuperarmos da queda de consumo verificada no primeiro semestre nos países importadores, porém conseguimos desenvolver alternativas que permitiram a recuperação da nossa atividade, nos mantendo como maiores produtores e exportadores de carne de frango do país?, afirma.

Milho preocupa

O setor avícola está iniciando uma mobilização com o objetivo de sensibilizar o governo federal para que sejam suspensos os leilões de milho realizados pela Conab destinados à exportação. Segundo o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, os leilões realizados ? tendo inclusive o prêmio do frete ? estão influenciando os preços da commodity, que passaram nos últimos 30 dias por um aumento médio de 25%.

Martins avalia que caso esta elevação de preços se mantenha, ela vai pressionar os custos de produção de toda a cadeia avícola, podendo desestabilizar o mercado. O dirigente destaca que a situação fica ainda mais grave em função do câmbio, com paridade reduzida entre Dólar e Real, que reduziu as margens de lucro das indústrias. ?Estamos solicitando a suspensão dos leilões que hoje estão subsidiando a agroindústria do exterior e gerando impactos negativos à cadeia produtiva, que podem chegar ao consumidor brasileiro, que tem encontrado no frango uma opção acessível para ter em sua mesa uma proteína de origem animal de alta qualidade, e a mais barata do mercado?, explica.           

Para Martins a suspensão dos leilões de milho é fundamental para que a produção de frangos de corte se mantenha em estabilidade no país. Hoje, a produção de frangos de corte no Paraná vem se mantendo em estabilidade, na liderança entre os estados produtores brasileiros, apresentando uma pequena desaceleração. Em setembro, a indústria avícola registrou o abate de 85.785.974 cabeças, o que representa a retração de 0,91% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado do ano, o setor contabilizou 753.842.772 aves abatidas, conferindo o crescimento de 1% em relação ao ano anterior.

A expectativa do presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, é que os níveis de produção cheguem ao final do ano em patamares semelhantes aos do ano passado, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. ?Esta estabilidade na produção revela uma adequação à demanda do consumo interno e às exportações brasileiras, o que é positivo?, destaca.

Segundo Martins, o fato da carne de frango ser a proteína animal com o preço mais acessível do país tem permitido o crescimento do consumo per capita no Brasil, hoje em torno de 35,8 quilos/ano. Ele informa que como os preços praticados pela indústria vêm se mantendo em níveis abaixo do praticado em igual período do ano passado, em média 7% inferiores, a expectativa é que a demanda no mercado interno continue em crescimento.    

Este comportamento é semelhante ao verificado no país. Segundo dados da Apinco, a produção brasileira de frango de corte apresenta o crescimento de 1,57% no acumulado do ano, devendo registrar o crescimento de não mais de 1% até o final de 2006.

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