Exportações de frango em agosto apresentam o melhor resultado do ano

São Paulo – As exportações de carne de frango alcançaram 299.151 toneladas em agosto, volume 12,7% superior a igual mês de 2005 e o melhor resultado do ano. Esse movimento representou um faturamento de US$ 339,348 milhões, valor 0,42%  maior que o de agosto do ano. No acumulado dos oitos meses do ano foram comercializados 1,725 milhão de toneladas, 8,13% abaixo das exportações realizadas de janeiro a agosto de 2005. Em termos financeiros, o recuo foi de 7,75%, com vendas de US$ 2,009 bilhões.

Esse quadro de recuperação em agosto foi ?pontual?, na avaliação de Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef). ?O mercado esteve aquecido por conta de um consumo maior por parte de alguns países, principalmente do Oriente Médio?, disse o executivo.

Segundo Ricardo, uma das razões para o crescimento das exportações foi a passagem do Ramadã , comemoração religiosa dos mulçumanos que consiste em jejum ao longo do dia e festejos com ceias à noite em família e com amigos.

Ele acredita, no entanto, que a recuperação não deve se sustentar ao longo dos próximos meses. E adiantou que os primeiros levantamentos estatísticos de setembro já apontam uma perda no ritmo de embarques. A projeção é de que haverá queda de 9% no volume exportado e 14% em receita cambial.

Ricardo Gonçalves lembrou ainda que há pela frente embaraços a serem resolvidos com representantes da União Européia, que está impondo restrições com a adoção de cotas a título de proteger produtores locais.

Ele informou que o Brasil e a Tailândia estão sujeitos às mesmas barreiras. Ou seja, para fornecer seus produtos à União Européia poderão pagar tarifas mais elevadas quando as mercadorias excederem aos limites determinados.

Ele informou que na próxima terça-feira (26) uma nova rodada de discussões ocorrerá entre representantes dos dois lados, em Genebra, na Suíça.

O presidente da Abef reconhece que o mecanismo é um direito previsto desde a década de 90, quando a arbitragem das relações comerciais internacionais eram de competência do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT), que antecedeu à Organização Mundial do Comércio. ?O que nós buscamos negociar é uma forma que permita aos nossos produtos a menor perda possível?, esclareceu.

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