O crescimento das exportações do Brasil em 2004, superior a 30%, foi avaliado como "muito positivo" pelo vice-presidente Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. O Brasil exportou mais de US$ 94 bilhões até a quarta semana de dezembro, contra US$ 73 bilhões em todo o ano de 2003. "Ainda não tivemos o maior crescimento do mundo. A China, por exemplo, aumentou suas exportações em 35%", compara.
Castro destaca como outro elemento importante o crescimento também das importações. "Isso mostra que o mercado interno está em expansão. Quando só as exportações crescem, pode ser em conseqüência da diminuição do mercado interno", explica. O vice-presidente da AEB elenca causas tanto externas quanto internas que explicam esse crescimento expressivo das exportações.
Entre os motivos externos, ele cita o grande aumento de importações da China, a "gripe do frango" no Sudeste Asiático e mesmos reflexos da "doença da vaca louca" de 2002, que até hoje impedem os Estados Unidos de exportar carne bovina para alguns países como o Japão, o que levou o Brasil a ocupar esse mercado. "A recuperação da economia Argentina, após a moratória, fez com que batêssemos recordes de exportações para aquele país", lembra.
Já entre os motivos internos, o vice-presidente da AEB inclui a manutenção da cotação do dólar próximo de R$ 3 durante todo o ano. "A retração do mercado interno no primeiro quadrimestre também fez com que as empresas se voltassem para o mercado externo", explica. As cotações recordes da soja e do minério de ferro foram outro motivo para o aumento das receitas das exportações.
O vice-presidente da AEB ressalta a ação governamental de promoção das exportações, realizada pela Apex. "Isso ajudou muitas empresas que não tinham meios e condições técnicas para exportar". Castro explica que "a Apex, por meio de feiras e eventos, fez com os produtos brasileiros ficassem conhecidos em países que nós não costumamos exportar". Para Castro, "as viagens do presidente Lula claramente ajudaram, mesmo que o objetivo principal do presidente tenha sido político, isso ajudou a projetar a imagem do Brasil naqueles países".