Exportações agrícolas devem crescer 10% em 2006

Brasília – As exportações de produtos agrícolas devem crescer 10% em 2006, chegando a US$ 50 bilhões, estimou o diretor da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Ricardo Cotta. Ele explicou que a projeção leva em conta o câmbio atual de R$ 2,20 por dólar. A desvalorização do dólar frente ao real vai ser compensada pelo aumento dos valores pagos no mercado internacional pelos produtos agrícolas. "Os preços dos grãos estão subindo no mercado internacional", disse. Para o saldo comercial, ele estimou valores de US$ 38 a US$ 40 bilhões.

No mês de janeiro, as exportações do agronegócio somaram US$ 2 931 bilhões, o que representou crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período de 2005. As importações, no mês passado, cresceram 29,4%, para US$ 497 milhões. O resultado foi um superávit de US$ 2,434 bilhões em janeiro. Tanto o valor das exportações quanto o superávit comercial representaram recordes históricos para o mês de janeiro.

De acordo com números do ministério, o faturamento obtido com as exportações de açúcar e álcool cresceu 34,9%, houve ganho de 28% nos embarques de carne e de 32% na receita cambial com as vendas do complexo soja. Segundo Cotta, mesmo com a quebra na safra 2004/05 as exportações do agronegócio cresceram porque houve uma diversificação da pauta de exportações de produtos agrícolas e uma ampliação dos embarques para destinos não tradicionais, como Oriente Médio, Ásia, África e Europa Oriental. Para novos mercados, as exportações de produtos agrícolas cresceram 20,6% no mês e, para destinos tradicionais, 5,7%.

A ocorrência de febre aftosa na Argentina pode favorecer o Brasil. Para o diretor, o problema sanitário da Argentina pode apressar a reabertura de mercado para a carne brasileira. "Os importadores terão de compra de alguém", disse. Essa também é a opinião do secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, que aposta na rápida reabertura do mercado chileno para a carne brasileira. "Indiretamente, o foco na Argentina pode nos fazer vender mais", afirmou Maciel. O Chile comprava cerca de 11% das exportações brasileiras de carne.

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