São Paulo – A exportação de couro cresceu 30% de janeiro a julho deste ano e somou US$ 1,01 bilhão à balança comercial brasileira, 30% a mais que os US$ 782,16 milhões no mesmo período do ano passado ? crescimento que já havia crescido 8% em relação aos mesmos meses de 2004.
Os dados do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) mostram também que os países que mais aumentaram o índice de compra de couro brasileiro foram Indonésia (546%) e Vietnã (217%).
Em entrevista à Agência Brasil, o secretário-executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), João Feler, explicou que há um aumento expressivo de busca de matéria-prima na Ásia para a indústria. "Esses países são grandes produtores de calçados e artefatos derivados de couro. [A produção interna de matéria-prima] não é suficiente para esses países atenderem à própria demanda?.
Segundo Feler, o aumento do consumo de couro no exterior está relacionado à queda nas exportações de calçados produzidos no Brasil. Ele cita como exemplo a China, que produz mais de 7 bilhões de pares por ano. "Os calçados brasileiros estão sofrendo a concorrência do grande aumento de produção chinesa".
Mas para Élcio Jacometi, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abic), o aumento da exportação de couro não tem ligação direta com a queda na venda de calçados. O problema, segundo ele, é o câmbio, que ?gera dificuldade para exportar [calçados]".
Na semana passada, a Abic anunciou queda de 9% nas exportações neste ano: 107,6 milhões de unidades de janeiro a julho, contra 117,7 milhões em 2005. O faturamento teve queda de 2%: US$ 1,107 bilhão para US$ 1,090 bilhão.
O secretário-executivo do CICB enumera outros motivos que favorecem o crescimento das exportações de couro. "O Brasil tem o maior rebanho comercial [bovino] do mundo, o que nos dá essa margem para ter bom volume de negociação, além do bom estágio de qualidade do produto?. Ele menciona ainda que outros paises exportadores de couro estão com as exportações estáveis ou em queda.