Brasília – A crise da febre aftosa provocou, em novembro uma queda de 7,6% nas receitas obtidas pelo Brasil com exportação de carne bovina fresca. É o que mostra balanço divulgado hoje (6) pelo Ministério da Agricultura. Ainda assim, as exportações do agronegócio bateram um novo recorde, ao somar US$ 3,723 bilhões. É o maior volume já registrado em um mês de novembro desde o início da série, em 1989. De janeiro a novembro as exportações também bateram recorde no período: US$ 39,936 bilhões.
As exportações de carne bovina foram, em novembro, de US$ 170 milhões neste ano, contra US$ 184 milhões em novembro de 2004. Chile, Irã e África do Sul não compraram sequer um quilo do produto. Esses países haviam gastado, respectivamente, US$ 14,3 milhões, US$ 11,5 milhões e US$ 2 milhões com essas compras em novembro do ano passado.
Desses três países, só o Irã não impôs embargo à carne brasileira por causa da aftosa. No total, 52 países restringiram de forma parcial ou integral, as compras do produto. Chile e África do Sul suspenderam em outubro as importações de carne bovina de todo o País. A África do Sul também proibiu as compras de animais vivos suscetíveis à doença. No caso da Argélia, que suspendeu as compras de todo o País no dia 11 de novembro, a receita cambial obtida com as exportações de carnes caiu 98,7% no mês passado.
Por outro lado, o ministério lembrou que houve forte crescimento no faturamento obtido com as exportações de carne bovina "in natura" para a Rússia, o que compensou parcialmente a perda ocorrida em outros mercados. Os embarques de carne fresca para Moscou renderam US$ 32,4 milhões em novembro de 2004 para US$ 56 3 milhões no mesmo mês deste ano, aumento de 73,7%. O governo também destacou o lucro de US$ 9,6 milhões e de US$ 2,9 milhões com o comércio para Ucrânia e Romênia, países para os quais o Brasil não exportou carne "in natura" no ano passado.
Nos dados gerais, a balança comercial do agronegócio teve um saldo positivo de US$ 3,261 bilhões no mês passado (outro recorde), contra US$ 2,548 bilhões em novembro de 2004. Os gastos com importações cresceram 6,4% para US$ 462 milhões no acumulado do ano, enquanto as exportações de US$ 3,723 bilhões representaram uma elevação de 24,8% sobre o mesmo mês em 2004.
No ano, as exportações de US$ 39,936 bilhões representam um aumento de 10,8% sobre igual período de 2004. Os embarques de produtos agrícolas superam em US$ 900 milhões o resultado de todo o ano passado. Os gastos com importações totalizaram US$ 4 652 bilhões no ano, alta de 4,3%. O superávit comercial no período acumulado somou US$ 35,284 bilhões, contra US$ 31,578 bilhões entre janeiro e novembro de 2004.
