Explosões de carros-bomba e foguetes rústicos provocaram morte e destruição em um bairro xiita de Bagdá na noite deste domingo, informaram a polícia iraquiana e o Ministério da Defesa. Pelo menos 47 pessoas morreram e 148 ficaram feridas nos ataques iniciados por volta das 19h15 locais no bairro de Zafraniyah, na zona sul bagdali. "Dois carros-bomba e nove foguetes explodiram num intervalo de poucos minutos", disse o porta-voz da Ministério da Defesa do Iraque, coronel Saddoun Abu al-Ula.

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De acordo com ele, os foguetes danificaram três edifícios, inclusive um condomínio residencial que desabou. Ula comentou que os foguetes aparentemente foram disparados de Dora, um distrito sunita de Bagdá atacado por forças americanas em meio a uma nova campanha de repressão à violência sectária na capital iraquiana.

Mais cedo, o ministro da Saúde do Iraque, Ali al-Shemari, denunciou neste domingo que soldados americanos detiveram sete de seus guarda-costas durante uma aparição inesperada em seu gabinete. O motivo da detenção não foi esclarecido.

Shemari disse que os soldados chegaram a seu escritório por volta das 3h da madrugada de hoje, arrombaram as portas e prenderam os sete guarda-costas, responsáveis pela vigilância noturna do gabinete. De acordo com um comunicado militar americano, os soldados invadiram o Ministério da Saúde depois do recebimento de uma denúncia anônima de seqüestro.

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"Não houve mandado de busca nem aviso prévio ao ministério. Não havia razão para detê-los. Isso é uma provocação", denunciou Shemari, um político aliado ao clérigo radical antiamericano Muqtada al-Sadr, dirigente da principal milícia xiita do Iraque, o Exército Mahdi.

"Exigimos que o governo e o primeiro-ministro do Iraque ponham fim às operações militares americanas", disse Shemari à Associated Press. De acordo com ele, os sete guardas foram detidos por acusações falsas de seqüestro. Nenhum refém foi encontrados pelas forças americanas e iraquianas que invadiram o ministério.

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Ainda neste domingo, uma fonte no sistema judiciário revelou que o jurista xiita Abdullah al-Amiri, de 54 anos, presidirá o julgamento do presidente iraquiano deposto Saddam Hussein e de seis de seus antigos assessores por acusações de envolvimento na morte de aproximadamente 100.000 curdos em meio à Guerra Irã-Iraque (1980-1988). Amiri presidirá o painel de cinco juízes que se reunirá a partir de 21 de agosto para conduzir o processo.