A Polícia Civil ainda não descarta nenhuma hipótese na investigação da explosão de uma bomba em um vagão do metrô ocorrida sábado em São Paulo. Mas a principal suspeita é de que tenha sido um ato de vandalismo. Ontem, a Polícia Científica concluiu a perícia na composição que ficou com um buraco no assoalho, teve bancos arrancados e vidros estourados.
O vagão explodiu vazio, às 8h50, no caminho entre as Estações Ana Rosa e Chácara Klabin, na Linha 2-Verde (Imigrantes-Vila Madalena). No restante do trem, havia cerca de 30 pessoas. Elas tiveram de evacuar o trem pela passarela lateral, que margeia os trilhos. Três passageiros acabaram intoxicado1s pela fumaça e tiveram de ser levados para o hospital.
O delegado da 2ª Seccional, Naief Saad Neto, começa amanhã a ouvir os depoimentos de funcionários da companhia. ?Não encontramos nenhum relógio, então a bomba deve ter sido acionada por pavio?, informou. O laudo da perícia ficará pronto em até 30 dias.
A primeira testemunha a depôr deve ser a maquinista. Depois da explosão, foi ela quem orientou os passageiros e os conduziu de volta até a Estação Ana Rosa. Também será intimado o chefe de operações da estação. ?Infelizmente, essa parada não tem circuito interno de câmeras. Vamos ter de contar com os depoimentos?, disse o delegado. As três mulheres que passaram mal com a fumaça também deverão ser ouvidas.
Para o consultor em segurança Ricardo Chilelli, está claro que não foi uma ação do crime organizado. ?A essa altura, já haveria outra explosão, eles agem em série?, diz. Perito em explosivos, ele culpa a falta de fiscalização de casas de venda de fogos de artifício pela facilidade em se fazer uma bomba caseira em São Paulo.
Na teoria, as lojas do ramo deveriam ter duas autorizações, uma da Prefeitura e outra da Divisão de Produtos Controlados da Polícia Civil. Segundo Chilelli, nesta época do ano aumenta o número de casas clandestinas que comercializam fogos de artifício. ?Os principais clientes dessas lojas são baloeiros e membros de torcidas organizadas?, diz o consultor. Gastando menos de R$ 50, afirma Chilelli, em 30 minutos é possível montar uma bomba caseira em São Paulo.