A reunião da Comissão Especial de Investigação (CEI), da Assembléia Legislativa, realizada na noite de quarta-feira no Porto de Paranaguá para discutir o problema causado pela explosão do navio chileno, resultou num elo de unificação, segundo avaliou o superintendente Eduardo Requião.
"Sempre que as pessoas se colocam à disposição de uma reunião, há um sentimento prévio para um entendimento. Mesmo as pessoas em posições antagônicas, quando se dispõem a dialogar, podem buscar um consenso", analisou ao se referir ao encontro com deputados e empresários.

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A reunião começou às 18 horas e só terminou de madrugada. O encontro, acrescentou o superintendente do porto, permitiu o fim de desencontros de opiniões e a busca pelo diálogo e pela convergência de interesses.

"Depois de mais de 8 horas de reunião, avançamos em relação ao acidente, à responsabilidade do fato, à uma postura mais transparente ligada ao meio ambiente e à contratação das empresas responsáveis à limpeza", disse Eduardo Requião.

Comissão

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Presidida pelo deputado Neivo Beraldin (PDT), a CEI foi criada para apurar os fatos ligados à explosão do navio Vicuña, há 10 dias, no píer de inflamáveis da empresa Cattalini, que opera no Porto de Paranaguá.
Segundo Beraldin, a reunião foi uma oportunidade para que fossem reunidas as pessoas ligadas diretamente ao fato. "Apesar de tensa, a reunião teve resultados altamente positivos. Acredito que a comissão foi decisiva", avaliou.

"Não podemos permitir que técnicos internacionais e representantes da seguradora estrangeira P&I ditem suas regras, como se aqui no Brasil não contássemos com pessoas capacitadas e aptas a atuar numa situação como esta", disse ainda o deputado.

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Situação

Até a madrugada desta quinta-feira, as três empresas privadas, credenciadas para atuar na limpeza da baía atingida pelo óleo combustível do navio, não estavam com todos os seus equipamentos direcionados à atividade.

O motivo era a falta de um contrato que deveria ser firmado com o real responsável pelo pagamento das custas da limpeza. "A P&I não queria assumir sua responsabilidade e abstinha-se do pagamento das empresas contratadas para a limpeza", disse Beraldin.

"Deixamos claro que, caso não efetuassem o pagamento e assumissem seus compromissos com o Litoral, apreenderíamos, através da Polícia Federal, os passaportes dos representantes da seguradora", acrescentou o deputado.

Compromisso

Por volta das duas horas da madrugada, os representantes da P&I assinaram termo de compromisso, no qual se propuseram a honrar os pagamentos das três empresas contratadas.

Caso o termo não seja cumprido, conforme explicou o deputado Neivo Beraldin, serão enviadas correspondências às autoridades brasileiras e internacionais denunciando o desrespeito desta empresa estrangeira ao País, ao Paraná e ao povo do Litoral.

"Podemos pedir que os navios segurados pela P&I sejam impedidos de atracar em nossos portos. Assim como demos novos rumos a esta situação, estaremos atentos a toda seqüência de fatos", disse o presidente da CEI.
Os trabalhos da Comissão continuarão pelos próximos três meses. Na próxima quinta-feira, às 18 horas, na sede da Appa, acontecerá uma nova reunião entre os deputados estaduais e os envolvidos no acidente. "Este é verdadeiro Movimento Pró-Paranaguá. Todos reunidos buscando o entendimento e o crescimento", disse Eduardo Requião.

Críticas, acrescentou o superintendente, precisam ser feitas. "Mas temos que estar irmanados com o objetivo de fazer o melhor pela nossa população e pelo nosso porto. Não importa o quanto sejam investidos para a limpeza, mas sim que esta baía seja recuperada o mais rápido possível, para que não haja prejuízos ao turismo, aos pescadores e a toda a população", finalizou.