Rio ? O Brasil tem registrado nos últimos anos um aumento lento, porém constante, na expectativa de vida de sua população. É o que apontam os dados da Tábua de Vida 2004, levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando os anos de 1980 e 2004.

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Segundo o coordenador de População e Indicadores Sociais do instituto, Luis Antônio de Oliveira, em números, esse aumento significa um crescimento da expectativa de vida do brasileiro de 0,3% em média ao ano.

"O Brasil já está hoje com uma esperança de vida ao nascer próxima dos 72 anos. Os indicativos dessas décadas recentes mostram que esse crescimento da esperança de vida é sistematicamente consistente. Ela vem melhorando gradativamente, embora ainda haja diferenças internas. E é sempre bom lembrar que, desde os anos 80, a mortalidade infantil vem caindo com muita consistência", afirma.

Para o técnico do IBGE, essa melhora, tanto na expectativa de vida quando na queda das taxas de mortalidade, é decorrente de políticas sociais adotadas pelos governos. "Isto é o efeito de programas de ações básicas de saúde. A presença de estabelecimentos e postos de saúde, agentes comunitários de saúde, programas de atendimento pré-natal, a vacinação ? todos os programas de cuidados básicos. Falta ainda um pouco mais de investimentos na área de saneamento, mas estamos avançando."

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Para ele, no entanto, a queda da taxa de mortalidade poderá cair ainda mais principalmente se houver maior engajamento da população, principalmente das regiões onde os números são menos favoráveis, como é o caso do nordeste.

"Exames pré-natais, os programas nacionais de vacinações, o soro caseiro, todas essas medidas têm um impacto fantasticamente positivo na queda da mortalidade infantil. Você percebe que são óbitos perfeitamente evitáveis, agora é preciso um engajamento ainda maior da população", aponta ele.

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"Mas, ainda assim, mesmo no Nordeste, onde a situação é mais grave, a queda foi acentuada nesses últimos 24 anos. Nós tínhamos em torno de 75 óbitos por grupo de mil a 24 anos atrás para a média do país. No Nordeste, ele era próximo de 100 por mil e hoje está na faixa de 40 ou menos. Isso já é conseqüência da adoção de políticas públicas voltadas para o problema e também da melhoria no saneamento básico."