Expectativa de inflação continua de alta no varejo e no atacado

O comportamento geral dos preços permanece em alta há sete semanas, de acordo
com o cenário de mercado – resultado de pesquisa realizada pelo Banco Central
todas as sextas-feiras junto a uma centena de instituições financeiras e
analistas econômicos sobre as tendências dos principais indicadores da
economia.

A pesquisa origina o Boletim Focus, que é divulgado sempre às
segundas-feiras, e que anuncia o aumento das expectativas sobre a inflação do
ano. De acordo com os analistas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve chegar a 6,10%
neste ano.

A estimativa é bem mais alta do que os 5,80% imaginados há um
mês, supera os 6,04% da pesquisa da semana passada, e distancia-se cada vez mais
do cento da meta de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e
"ajustada" pelo BC para 5,1%. Em contrapartida, aproxima-se do teto permitido
para a inflação: de 7%.

Houve aumento acentuado, de 0,60% para 0,67%, na
perspectiva de inflação para este mês; com possibilidade de o cálculo de 0,45%
para o IPCA de maio também evoluir para 0,50%. E a expectativa inflacionária
para os próximos 12 meses também subiu de 5,48% para 5,58%.

O aumento
decorre, em parte, da elevação dos reajustes dos "serviços públicos", hoje
privatizados e administrados por contratos ou monitorados. Caso dos
combustíveis, energia elétrica, telefonia, remédios, educação, transporte urbano
e outros, cujo cálculo inicial, de 7%, para os reajustes acumulados no ano,
saltou agora para 7,30%.

No rastro desses aumentos, o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da
Universidade de São Paulo (USP) também registrou alta da perspectiva
inflacionária na capital paulista, e a estimativa passou de 5,81% para 5,88% no
ano.

Esses aumentos também são contabilizados nos preços do mercado
atacadista. O Índice Geral de Preços ? Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou
de 6,73%, na semana passada, para 6,88%; e o Índice Geral de Preços do Mercado
(IGP-M) evoluiu um pouco menos: foi de 6,73% para 6,79%.

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