O emprego industrial atingiu em setembro o maior nível desde janeiro de 2001 e cresceu 3,5% ante igual mês do ano passado. A expansão nessa base de comparação foi a maior da série histórica da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve aumento também na comparação com agosto (1%), o quinto crescimento consecutivo ante mês anterior. O rendimento dos trabalhadores acompanhou o bom desempenho da ocupação e registrou resultados positivos em todas as bases de comparação.

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"O mercado de trabalho está se ajustando ao maior dinamismo da produção, com novas contratações", disse a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabela Nunes Pereira. Segundo ela, desde 2001 – quanto teve início a série histórica da pesquisa – a indústria não trabalhava com um nível tão alto do emprego e o mercado de trabalho está mostrando uma "gradual recuperação" desde o início deste ano.

Isabela destaca que o comportamento do emprego está acompanhando a trajetória de crescimento da produção, e prova disso é que os segmentos de atividade que registraram os melhores resultados em setembro ante igual mês do ano passado são das categorias que estão puxando a atividade industrial. São eles máquinas e equipamentos (16,5%) e meios de transporte (especialmente automóveis, com 11,2%), respectivamente bens de capital e bens duráveis, que vêm alavancando a produção neste ano.

Segundo a economista, os setores que estão puxando o emprego na indústria não são intensivos em mão-de-obra, o que significa que há ainda um forte potencial para elevar o emprego industrial. O segmento de vestuário (-6,2%) já começou a mostrar uma reação mais consistente na produção e é intensivo na geração de postos de trabalho. Para Isabela, os efeitos da reação da atividade sobre o mercado de trabalho demoram um pouco para ocorrer e, portanto, "poderemos chegar a um resultado melhor no emprego".

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Ela avalia também que o aumento do emprego na indústria poderá gerar um retorno para toda a economia, já que ao abrir oportunidades no mercado de trabalho e elevar os salários, poderá contribuir de maneira importante para o aquecimento do mercado interno. Renda – Após dois meses consecutivos em queda, a folha de pagamento dos trabalhadores da indústria voltou a crescer ante mês anterior, aumentando 0,3% entre agosto e setembro. Nos demais indicadores, os resultados se mantêm positivos: 10,2% na comparação com setembro do ano passado; 9,2% no acumulado no ano e 6,4% no acumulado nos últimos 12 meses.

Para Isabela, os resultados da folha mostram que "a recuperação dos rendimentos em 2004 está consolidada". Segundo ela, a massa de salários (total de salários pagos) na indústria também atingiu em setembro o nível mais elevado desde janeiro de 2001. "O aumento do rendimento está vinculado ao crescimento da ocupação", disse.

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