A expansão da agricultura brasileira tem deixado reflexos negativos no meio ambiente. Estudo sobre o desenvolvimento sustentável do país, divulgado esta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a quantidade de fertilizantes utilizada em terras brasileiras cresceu duas vezes e meia de 1992 a 2002. Mostra também o crescimento das queimadas e incêndios florestais promovidos para transformar a mata nativa em áreas agropastoris. Somente em 2003, foram detectados por satélite em todas as regiões do país quase 213 mil focos.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o crescimento do setor agropecuário faz uso constante e crescente de recursos naturais não-renováveis, como os da floresta amazônica e da região do cerrado. “A expansão da agricultura tem uma repercussão ambiental para a qual precisamos estar atentos”, disse Nunes, lembrando que “as regiões sul e leste da Amazônia compreendem hoje o que se chama de arco de desmatamento e que, se não houver preocupação com a preservação do território da Amazônia no Estado do Amazonas, que hoje é praticamente intacto, esta será a próxima fronteira a ser destruída”.
Os indicadores do documento Desenvolvimento Sustentável Brasil 2004 apontam, no entanto, uma melhora na qualidade do ar brasileiro, superando, inclusive, as metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal. Para Nunes, esta melhoria da qualidade do ar é reflexo dos investimentos que “setores naturalmente poluidores” vêm fazendo para reduzir a destruição do meio ambiente. “A indústria automobilística, por exemplo, vem introduzindo cada vez mais equipamentos e componentes que permitem um controle maior da destruição do meio ambiente”, acrescentou.
Em relação aos indicadores sociais, Nunes afirma que houve uma evolução significativa. “Indicadores de acesso à água e ao saneamento, de inclusão social e digital revelam a melhoria na qualidade de vida na comparação com os indicadores de 1992, quando, por ocasião da ECO-92, o Brasil passou a se preocupar mais com o meio ambiente e a sustentabilidade do crescimento”, finalizou.
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