A governadora Benedita da Silva (PT) garantiu que as Forças Armadas não serão uma ameaça para as comunidades carentes do Estado enquanto atuarem na segurança pública para garantir as eleições. “Chamamos as forças federais com a consciência de que canhões e urutus não estarão voltados para as nossas comunidades, mas estarão no reforço da autoridade e do direito de votar”, afirmou a governadora durante discurso para alunos do Instituto Metodista Bennet, referindo-se à atuação do Exército durante o encontro Rio-92, quando tanques blindados voltaram suas armas para os morros mais violentos da cidade.
Benedita disse que pediu o auxílio federal por conta do clima de instabilidade que tomou conta do Rio depois do fechamento do comércio de bairros da região metropolitana na última segunda-feira. “A população está assustada. O que nós queremos é dar segurança para a população”, explicou.
A governadora garantiu ainda que a polícia está preparada para possíveis ações de traficantes. “Vamos ser firmes, não vamos aceitar provocações e ameaças. O Estado do Rio tem governo e as eleições acontecerão no nosso Estado.”
O secretário da Segurança, Roberto Aguiar, confirmou que o Disque-Denúncia tem recebido ligações avisando sobre supostas ações que o tráfico estaria preparando para o domingo. Aguiar disse que a eleição “fragiliza” a polícia estadual. “Temos 5 mil zonas eleitorais com 20 mil seções. Precisamos de ter 15 mil homens no mínimo deslocados para isso (locais de votação). Nossa proposta será no sentido de que as forças federais tomem conta das eleições e liberem nossos homens para o patrulhamento.”
O Tribunal Regional Eleitoral divulgou nota informando que “planos e ações estratégicos para garantir a votação e a apuração” seriam coordenados pelo Comando Militar do Leste. No fim da tarde de hoje o secretário tinha encontro com o presidente do TRE, desembargador Álvaro Mayrink, para definir a atuação das forças federais nas eleições.
