O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira (10) que "o Exército é uma instituição que faz manobras militares e não deve servir a manobras políticas". A afirmação, em entrevista coletiva na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é uma resposta às manifestações do seu principal adversário nas eleições de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula vem fazendo pedidos para que o governo paulista aceite a ajuda das forças armadas no combate aos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Para o tucano, a ajuda que o governo federal pode dar é a liberação dos recursos para a área da segurança, que estão contingenciados. "O doutor Lembo (governador de São Paulo, o pefelista Cláudio Lembo) já colocou muito claro que o governo federal pode ajudar. Mas uma ajuda efetiva, que é a liberação de recursos", emendou.
O candidato participou hoje de um evento na Fiesp no qual recebeu propostas da cadeia produtiva do setor da construção. Ele voltou a defender o aumento dos investimentos do governo federal e prometeu que, se eleito, a meta anual de investimento será de 1,5% a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com ele, a do governo Lula está na faixa de 0,4% do PIB.
Em discurso a uma platéia receptiva, Alckmin enfatizou o seu compromisso de reduzir gastos públicos, aumentar investimentos e incrementar a geração de empregos. Em mais uma crítica ao adversário, Alckmin destacou que a iniciativa privada não investe por causa "da insegurança jurídica enorme e da falta de cumprimento de contratos". Além disso, citou que a eficiência obtida é drenada hoje pelo "total desperdício do dinheiro público" proveniente da corrupção. "A pior praga é a da corrupção, que tira eficiência e os valores", disse.
Durante entrevista coletiva, Alckmin disse que participará de todos os debates e, no seu entender, o presidente Lula deveria fazer o mesmo. Para ele, os debates são fundamentais para o eleitor conhecer as propostas e bandeiras dos candidatos. Questionado a respeito do fato de o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, também não demonstrar interesse em participar dos debates, Alckmin tentou justificar, mas acabou afirmando: "o Serra responde por ele".