Exemplo do desleixo

O interminável debate sobre a questão da saúde pública em nosso País é aquecido pela repetição dos péssimos exemplos do desleixo a que está submetida grande quantidade de hospitais conveniados ao SUS.

Viu-se mais uma vez a marca da incúria administrativa, no recente episódio dos hospitais da rede municipal do Rio de Janeiro, que tratavam os pacientes do SUS com um menosprezo mais adequado a uma pocilga.

A Constituição de 1988, a constituição cidadã do notável discurso feito pelo deputado Ulysses Guimarães, no momento de sua promulgação, estabeleceu o modelo integral e universal de saúde.

Na época, a população mais carente saudou a medida como um extraordinário ganho social, tendo em vista o peso financeiro que a saúde representa para a maioria dos trabalhadores e seus familiares. O atendimento universal serviria também para amenizar o risco da imprevisibilidade das doenças.

Menos de vinte anos se passaram e o quadro da saúde pública, afora as raras ilhas de excelência, é de caos generalizado. Filas imensas, espera degradante e atendimento displicente constituem o cotidiano dos conveniados do SUS. O gasto per capita em 2002 foi de R$ 305, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Gasta-se muito mais na Argentina, Cuba, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França. Talvez, no quesito, o Brasil só esteja à frente dos países atrasados da África.

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